Desde que chegou ao Botafogo para substituir Léo Condé, demitido após a derrota para o Red Bull, por 3 a 1, em Campinas, o técnico Roberto Cavalo disse que a evolução da equipe está em 70% a 80% de quando colocou os pés no estádio Santa Cruz. Os ânimos estavam tão abaixo do desejado para um time que precisava vencer, que os jogadores nem sequer responderam ao cumprimento de ‘bom dia,’ dado pelo comandante. “Precisei refazer o cumprimento,” lembra.
Neste domingo, em Mirassol, às 19 horas, Roberto Cavalo e seus comandados terão pela frente um difícil compromisso. Com duas vitórias na competição, sete derrotas e apenas um empate, o Botafogo precisa de uma vitória para se garantir na elite do futebol paulista. A vitória da Ferroviária sobre o São Caetano, por 3 a 0, na sexta-feira, facilitou a vida do Tricolor, desde que ele não seja derrotado.
Cavalo levou duas rodadas para triunfar pela primeira vez no comando do Tricolor, contra o Bragantino, por 2 a 1, na décima rodada. Antes, duas derrotas, para o Corinthians e Ponte Preta. “Creio que os jogadores assimilaram a proposta, que envolve o sistema tático, mas que pode ser substituído pela força, vontade, determinação e compromisso, principalmente quando a técnica não está resolvendo,” contou.
O Botafogo contabiliza cinco derrotas em cinco jogos fora de Santa Cruz, mas isso não impressiona o gaúcho de Carazinho. “Perder nunca é bom, mas se conquistarmos uma vitória em Mirassol, tudo estará resolvido. Uma única vitória fora de casa nos dará a glória de permanecermos na elite do futebol paulista,” avalia.
Durante toda a semana, o elenco do Botafogo foi submetido a vários testes e ensaios, em um deles o volante Denílson chegou formar o meio-campo ao lado de William Oliveira e Marlon Freitas. Ex-São Paulo e Arsenal-ING, Denílson não conseguiu convencer o treinador de que estaria apto a participar de um jogo decisivo. Desde que chegou a Ribeirão, o atleta ainda não iniciou nenhuma partida como titular. “Não podemos arriscar, não é o momento dele, apesar de ser um grande jogador, e também não era hora de fazer experiências nesta altura do campeonato,” fala com franqueza.
Assim, a opção foi escalar três zagueiros, com Ednei, Naylhor e Plínio, para dar liberdade para os laterais Bruno José e Pará, que irão apoiar pelas alas. Na frente, Nadson, Erick Luís e Rafael Costa, este artilheiro do time com três gols. “Com três zagueiros ficamos mais agudos, mais ofens ivos e vamos precisar disso em Mirassol, porque eles também vão jogar pela vitória, pois têm apenas dois pontos a mais que o Botafogo,” lembra.
Novo ânimo
Para o primeiro volante William Oliveira, o jogo desta noite será de pouca tática e de muito empenho. O jogador projeta em um jogo com muitos gols e aposta na determinação para conquistar a vitória, uma lição que vem sendo ensinada por Cavalo desde que chegou a Ribeirão. “Vamos jogar com muita intensidade,“ garante.
Já para o centroavante Erick Luís, que estava no futebol do Bahrein antes de aportar no Tricolor, “cada partida se transformou no jogo de nossas vidas”. Em pouco tempo de clube, o jogador, de apenas 26 anos, chegou e tomou conta do vestiário e ajudou na recuperação do ambiente, por meio de seu jeito descontraído e por acreditar que sempre é hora de transmitir uma ‘boa palavra, dar um abraço, enfim amar o próximo. ’
Invasão tricolor
Roberto Cavalo aposta na força da torcida. Foi ele quem liberou o acesso ao gramado de torcedores que foram ao Santa Cruz cobrar uma postura mais firme da equipe. As coisas andaram bem e, a partir de então, veio a iniciativa de se levar um grande número de botafoguenses ao estádio ‘Maião’ neste domingo. Mais de duas mil pessoas estão sendo aguardadas em Mirassol. “Eu nunca vi uma reação dessas em toda a minha vida, ainda mais na situação em que estamos vivendo. Só posso dar os parabéns”, desejou o treinador.
Provável escalação do Botafogo: Darley; Bruno José, Ednei, Naylhor, Plínio e Pará; William Oliveira, Marlon Freitas e Nadson; Erick Luís e Rafael Costa.