Qualquer que seja sua filiação partidária, sua ideologia, sua religião, sua profissão, seu trabalho, precisamos todos apoiar e batalhar pela reforma da Previdência. O projeto, como todos sabemos, já foi entregue ao Congresso Nacional e cabe agora a todos nós pressionar pela sua rápida tramitação e aprovação.
É lógico que haverá emendas, discussões, pressões, propostas, mas, nunca um assunto desta importância foi tão vital para nossa existência. Caberá ao Congresso filtrar tudo isto e produzir um resultado favorável à existência do Brasil, pois se a reforma não vier sentiremos uma recessão brutal e o país estará condenado a ser nação de terceira categoria.
O sistema atual de arrecadação de fundos previdenciários é o da repartição, onde contribuintes da ativa participam para a criação de fundo que arque com o pagamento aos aposentados.
Durante os anos recentes, o Brasil viu agigantar dois fenômenos sociais, que são também comuns a todos os países: o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população.
Quando eu nasci, nos anos 1940, a expectativa de vida do brasileiro era de 40 anos. Hoje, graças a políticas de prevenção, vacinas, novos remédios, este indicador ultrapassa 82 anos, com variações regionais.
Durante muitos anos, a pirâmide etária apontava o predomínio dos jovens. Hoje, nossa população está mais envelhecida, e há muito menos pessoas trabalhando para sustentar o pagamento do aposentados.
A consequência é matemática: o que se arrecada é menor do que se gasta, cabendo ao Governo cobrir a diferença. Como governo não cria dinheiro, mas distribui o que arrecada, se nada for feito, a curto prazo todos os impostos se destinarão ao pagamento de aposentadorias, nada sobrando para as demais necessidades da população.
O fato mais grave, porém, é que há grandes distinções entre os valores pagos aos aposentados. A grande maioria ( onde você, eu e 80% dos beneficiários nos encontramos ) custa cerca de 20% do total gasto, enquanto a minoria, em torno de 20% dos aposentados, abocanha 80% do valor total pago. Ou seja: pagamos pelo privilégio de poucos.
A história brasileira mostra que sempre um grupo de privilegiados mamou nas tetas públicas. Foi assim na época colonial, quando D. João trouxe a Corte para o Brasil, no primeiro e no segundo Impérios, permaneceu na República e se intensificou até os dias de hoje.
Ao lado de aposentadorias que chegam no máximo a R$ 5.000,00 mensais, convivem valores que ultrapassam – e muito – o teto do funcionalismo, acima dos R$ 32.000,00. A maioria precisa ganhar pouco para que a minoria ganhe muito.
A proposta é inovadora pois vai exigir maior contribuição de quem mais ganha, não mexendo em direitos adquiridos. Os privilegiados se organizaram desde muito tempo em grupos de pressões que barram qualquer mudança. Eles já estão organizados e prontos para impedir as mudanças. E nós ?
Se quisermos deixar um país próspero para nossos filhos e netos temos que nos engajar para que a reforma seja feita. É preciso que usemos as mídias sociais, nossos conhecimentos, nossa conversa cotidiana para influenciar as pessoas de nosso conhecimento. Não basta torcer para que tudo dê certo, é preciso trabalhar para que isto aconteça. Se todos nós nos juntarmos haverá maiores condições de sucesso.