A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga em quais circunstâncias teria ocorrido a morte do estudante Lucas da Costa Souza, de 13 anos, no interior do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Professor Eduardo Romualdo de Souza, na Vila Virgínia, em 30 de novembro do ano passado, ouviu nesta quinta-feira, 7 de março, a diretora da unidade, a professora Telma Gomes Novato Sant’Anna, que pediu sigilo.
O depoimento ocorreu sem a presença da imprensa, já que ela teria denunciado aos vereadores da CPI que estaria sofrendo pressão de pessoas da comunidade onde a escola está localizada. A comissão deliberou favoravelmente ao pedido. De acordo com o presidente da CPI, Isaac Antunes (PR), a diretora teria informado também que disponibilizaria cópias de e-mails enviados, em diferentes datas, para a Secretaria Municipal da Educação em que pede visitas técnicas para fazer a manutenção da unidade.
“Vamos analisar tudo e tomar as providências cabíveis”, diz. O depoimento da diretora foi gravado e será anexado ao processo investigatório. A comissão conta ainda com a participação de Mauricio Vila Abranches (PTB), João Batista (PP), Orlando Pesoti (PDT) e Gláucia Berenice (PSDB). Em fevereiro, a CPI fez uma vistoria na escola e constatou que a unidade precisa de manutenção em toda a rede elétrica. A vistoria também teve a participação do engenheiro elétrico Oscar Claro Cunha Júnior, que acompanhou o trabalho da Polícia Técnico Científica no dia do acidente.
O estudante Lucas morreu em 30 de novembro de 2018 após cair de um muro de dois metros de altura e ser encontrado 34 minutos depois após a queda. A suspeita é que ele tenha sofrido uma descarga elétrica por causa de um curto-circuito provocado por fios desencapados no local. Na época, Isaac Antunes afirmou que além da necessidade manutenção, foi detectado que o quadro geral de energia estava aberto e acessível aos alunos, quando deveria estar trancado. “O engenheiro elétrico que nos acompanhou na visita nos informou que a descarga elétrica no local pode ser fatal”, afirmou o parlamentar. Vale lembrar que além da morte do estudante, a CPI investiga as condições estruturais das 109 unidades escolares da rede municipal de ensino.