Apesar da tentativa de bispos de desvincular a Campanha da Fraternidade, da Igreja Católica, de “guias ideológicos e partidários”, o lançamento do programa deste ano não ficou livre de críticas à reforma da Previdência e situação do Sistema Único de Saúde (SUS). O tema principal da campanha neste ano são as políticas públicas.
Em Ribeirão Preto, o arcebispo metropolitano, dom Moacir Silva, anunciou o tema deste ano em entrevista no período da manhã, no Palácio Episcopal. O cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que não há um posicionamento oficial da confederação sobre a reforma da Previdência.
“Mas vale aquilo que nós já temos afirmado anteriormente, isto é, que não se penalize aqueles que já são mais sofridos na própria sociedade, que não haja perda de direito dos trabalhadores”, afirmou o bispo.
“Nesse momento, na elaboração de uma proposta é necessário considerar esses trabalhadores. O povo mais pobre e sofrido que necessita ser assistido e não sacrificado ainda mais”, disse.
“A Igreja já se manifestou em governos anteriores a respeito disso e a nossa missão profética continua viva, ou seja, nesse momento nós continuamos também a alertar para que ao pensar a vida política do País se assegure os direitos fundamentais da população”, reforçou.
Ao responder sobre as atuais políticas públicas do governo Jair Bolsonaro (PSL) sobre posse de armas, dom Sérgio disse que a Igreja já ressaltou em outras ocasiões que “a construção da paz seja feita por meio da justiça social”.
Em relação aos indígenas, ele disse que continuam a defender o respeito à vida, terra e cultura dos povos indígenas. “Não é porque temos situações novas que vamos deixar de anunciar aquilo que tem sido critério orientador da conferência episcopal”, afirmou.