Para oferecer maior proteção à biodiversidade e evitar que animais silvestres sejam vítimas de atropelamento ou choques elétricos nas vias de Ribeirão Preto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente exige dos novos empreendimentos a instalação de equipamentos de travessia das espécies dentro da área urbana, chamados de “zoopassagens”.
Aéreos ou subterrâneos, estes equipamentos são geralmente instalados em avenidas ou estradas para fazer a ligação da fauna com outros fragmentos de florestas. É o caso da “zoopassagem” aérea localizada na rua Antônio Fares Serhan Meouchi e da subterrânea que fica perto da avenida Luiz Eduardo Toledo Prado, ambas na Vila do Golfe, na Zona Sul.
De acordo com Fernando Cicarelli, técnico da Divisão de Áreas Verdes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, é fornecido ao empreendedor que vai construir um empreendimento na Zona Sul, por exemplo, através das diretrizes ambientais para o local, a inclusão desses equipamentos subterrâneos ou aéreos (túneis ou placas) como condição.
“A cidade está avançando cada vez mais para regiões com área verde que mantêm uma diversidade de espécies, por isso a nossa total atenção à vida nesses ecossistemas”, explica. Os equipamentos possibilitam a travessia e a conectividade de animais de um fragmento de vegetação para outro, evitando que os mesmos sejam atropelados ou até eletrocutados nos casos daqueles que usam as linhas de transmissão de energia como travessia, a exemplos dos saguis.
Além de despertar a consciência ambiental, tal medida garante a preservação e reprodução das espécies com a instalação dos corredores ecológicos. “Porque o animal que fica restrito a apenas um fragmento de mata apresenta problemas de consanguinidade, pois, não consegue cruzar com outros exemplares da mesma espécie pertencentes a grupos de outras áreas”, ressalta.
As “zoopassagens” são consideradas instrumentos importantíssimos na conservação da fauna. “Essa área de conhecimento da ecologia tem como propósito explorar a ampla relação entre o ambiente natural e o sistema viário”, finaliza Fernando Cicarelli.