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MP prevê redução de até 5% na conta de luz 

Presidente Lula assinou MP para permitir investimento em geração de energia sustentável e redução de reajustes anuais nas contas de luz até 2026 (Valter CampanatoAg.Br.)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na terça-feira, 9 de abril, no Palácio do Planalto, uma medida provisória (MP) para permitir investimento em geração de energia sustentável e redução de reajustes anuais nas contas de luz até 2026. A proposta prevê R$ 165 bilhões em geração hidroelétrica, eólica, solar e de biomassa.  
 
Segundo o governo, a proposta pode gerar até 400 mil empregos com os investimentos privados. Para que isso seja viabilizado, a MP, segundo o governo, permite adequação de prazos de projetos de geração de energia limpa e renovável ao cronograma de implantação das linhas de transmissão leiloadas pelo governo para escoamento para o centro de carga.  
 
Os empreendimentos de energia renováveis poderão acrescentar até 34 gigawatts (GW) de potência ao Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo projeções do Ministério de Minas e Energia (MME) A proposta também antecipa recebimento de recursos a serem pagos no processo de privatização da Eletrobras.  
 
Esses recursos pagariam os custos adicionais de energia pelo efeito da pandemia e da crise hídrica de 2021. A medida pode reduzir entre 3,5% a 5% os reajustes anuais nas contas de luz, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. 
 
Vamos corrigir um erro grotesco que o setor elétrico conhece bem, do governo anterior. Alguém, em algum momento, achou uma ótima ideia fazer negócios com juros elevadíssimos e jogar o boleto no colo dos brasileiros e brasileiras mais pobres e da classe média, que são os consumidores regulados”, destacou o ministro. 
 
Ele disse que os recursos serão usados para quitar empréstimos cujos juros estavam sendo repassados ao consumidor final. “Vamos quitar, vamos trabalhar para isso, os empréstimos criados a juros abusivos, contraídos durante a [pandemia de] covid e durante escassez hídrica para minimizar e impedir mais aumento de energia”, disse.  
 
Devemos R$ 11 bilhões para diminuir a conta dos brasileiros. Essas duas contas foram contraídas de forma irresponsável e nunca deveriam ter sido jogadas no colo do consumidor de energia”, acrescentou. No evento, Lula não se manifestou. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo vai buscar medidas para não onerar os consumidores. 
 
O Brasil já tem as condições mais competitivas de produção de energia limpa do mundo. Portanto, nós agora temos que aproveitar todo o investimento que foi feito para caminhar no sentido da desoneração da energia do consumidor. E ao dizer isso, nós queremos só reforçar que o nosso desejo, a nossa expectativa é que esses investimentos possam rapidamente contribuir para a geração de emprego.” 
 
A proposta de MP será publicada em edição regular do Diário Oficial da União (DOU), nesta quarta-feira (10). O texto tem validade imediata, mas precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional em até 120 dias. A MP também adequa à média da Região Norte os reajustes da energia do Amapá. O estado tinha previsão de reajuste neste ano de 44%. 
 
Essa medida corrige a injustiça que estava sendo feita com o povo tucuru. O estado do Amapá tinha um aumento previsto de 44% na conta de luz. Isso era um absurdo”, disse Silveira. Em novembro de 2020, mais de 90% da população do Amapá passaram mais de 20 dias praticamente sem energia elétrica ou com fornecimento limitado, num dos maiores e mais longos apagões de energia da história do país. 
 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu o reajuste da conta de luz na área de atuação da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista), que atende cerca de 330.000 consumidores em Ribeirão Preto – são 4,94 milhões de clientes espalhados por 234 cidades do estado de São Paulo.  
 
A correção passou valer na última segunda-feira, 8 de abril, com impacto na fatura de maio. Os percentuais são inferiores aos do ano passado. O aumento para o consumidor será, em média, de 1,46%, segundo a Aneel, 3,43 pontos percentuais (p.p.) abaixo dos 4,89% de 2023. A conta de luz dos consumidores residenciais vai subir 1,79%, inferior aos 4,28% do período anterior, diferença de 2,49 pontos. 
 
Para clientes de baixa tensão, a correção será de 1,77%, inferior aos 4,60% do ano passado, 2,83 pontos percentuais a menos. Grandes consumidores terão aumento de 0,80%. A variação é de 4,64 pontos em relação ao reajuste de 5,44% de 2023.  
 

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