Tribuna Ribeirão
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Religião e Espiritualidade II 

Cleison Scott *
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Reeducar nossa mente subconsciente para que inadvertidamente não mais conduza a mente consciente para caminhos equivocados pela força do hábito, seja talvez, nosso maior desafio. Vamos analisar um assunto que, pelo grau de condicionamento a que chegou a grande maioria dos seres humanos, se torna delicadíssimo: “A diferença entre Religião e Espiritualidade”.

A primeira e, provavelmente, a mais importante medida a tomar, visando a correção do profundo condicionamento equivocado a que fomos submetidos, é separar a Espiritualidade da Religião.

“A Religião é coisa de homens, a Espiritualidade é coisa de Deus!”

A Religião trata da coisa pronta e acabada, com uma hierarquia cheia de rituais e regras, preceitos e preconceitos, os quais quase sempre têm que se fundamentar em dogmas, cujas dificuldades em ser sustentados, provoca um sectarismo contraditório com os princípios fundamentais da própria religião que os criou, levando seus seguidores a um engessamento antinatural. Não evolui e dificulta a evolução de seus prosélitos. A Religião separa a Criatura de seu Criador, ao colocar este num pedestal inalcançável para aquele, em profunda contradição com a retórica de que a Criatura deve viver junto a seu Criador, pois é seu Filho criado à Sua Imagem e Semelhança.

Quando os líderes religiosos se envolvem com os assuntos mundanos está situação fica mais acerba, chegando muitos a pregar disputas abertas com aqueles que têm interesses diferentes dos seus, os quais tenta esconder por trás de um discurso moral, cheio de disfarçado ódio. A diferença entre ambos, ditada pelos seus próprios preceitos e preconceitos torna isso impossível, levando bilhões de seres humanos a viver numa desconfortável e incompreensível polaridade. Uma rápida análise nos leva à óbvia conclusão de que essa não pode ser a Liberdade pregada pelo Cristo, o que cria no inconsciente de seus seguidores, uma enorme insegurança emocional, uma vez que a maioria das religiões deste lado do mundo tem seus fundamentos baseados nos ensinamentos do Cristo e esse discurso soa o contrário ao que foram lá buscar. As contradições recrudescem e acabam por se tornar a tônica da situação.

A Espiritualidade trata do princípio Criador, espontâneo, livre de dogmas desimpedido e em eterna evolução. Um dos dogmas que a própria ciência dava sustentação, mas a Física Quântica derrubou, foi a crença em um Universo pronto e acabado, onde a vida se instalou por efeito do acaso. Os Físicos de vanguarda mostram que o Universo está em permanente evolução e a Vida cresce nele e com ele e ele cresce na proporção em que a Vida cresce nele; o chamado emaranhamento quântico. Na Espiritualidade não há hierarquias; Criaturas são somente individuações do Criador, tudo é UM, “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”! Por isso, quando usamos “EU SOU” colocamos o princípio Criador em movimento, EU SOU Deus em Ação. Vivemos na mais baixa das manifestações da Vida, a chamada 3ª dimensão, onde impera a polaridade. A polaridade é uma percepção da Realidade e não a Realidade em Si.

Na Sutra “Chuva de Néctar da Verdade” da Seicho-No-Ie lê-se o seguinte:

“A Realidade é eterna; a Realidade não adoece, não envelhece; a Realidade não morre; aquele que vive na Realidade, transcende a desintegração e será eternamente Perfeição”.

Ao compreendermos o eterno movimento e consequente crescimento Universal, vemos a importância de uso constante da máxima do Cristo:

“EU SOU a Ressurreição e a Vida”

O ‘Nascer de Novo’, sem o qual ficaremos estacionados em baixos patamares evolutivos.

Com isto, estaremos aptos a compreender e vivenciar integralmente outra das máximas do Cristo em toda sua inteireza:

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos Libertará”

É evidente que essa Liberdade só é possível acompanhada da devida Responsabilidade, pois somos cocriadores de nosso Universo e da Vida que o habita.

Àqueles que acham tudo isso somente uma bela teoria, sem possibilidades de ser aplicada na prática do dia a dia, digo que consciente ou inconscientemente guardam algum sentimento de culpa. Se perdoem, seguindo a orientação de Emmet Fox.

Ele diz que o que fazemos a cada minuto – independentemente de qualquer análise ou julgamento – está absolutamente certo, porque representa o máximo que nosso estágio evolutivo permite naquele momento. Por isso, o perdoar-se tem que ser feito da atual perspectiva, na qual, nunca faríamos algo parecido com o que já fizemos e o sentimento, deve ser de compaixão; não concorda com o que foi feito, mas compreende as limitações que o motivaram. Pode-se condenar o fato, buscando coibi-lo para que não se repita, mas nunca o indivíduo, diz Fox, porque, consciente ou inconscientemente o que ele busca, igual a Você, é SER FELIZ.

* Administrador de empresas com especialização em Marketing 

 

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