Por: Adalberto Luque
A carteira e o celular do corretor Carlos Felipe Camargo da Silva, morto em 03 de março, já estão com a Polícia Civil. Foram entregues pelo advogado de defesa, Alexandre Durante, ao delegado responsável pelas investigações, Rodolfo Latif Sebba, na tarde desta terça-feira (12).
A família de Felipe questionou o desaparecimento do celular, da carteira e do notebook do rapaz e, nove dias depois do crime, dois dos três pertences foram entregues. Segundo informações, a família de Brenda Caroline Pereira Xavier – autora do homicídio – encontrou a carteira e o celular na casa onde ocorreu o homicídio.
Segundo Tauane Camargo, sobrinha da vítima, no domingo, um ônibus com familiares e amigos de Felipe virá da Praia Grande para Ribeirão Preto onde, junto aos familiares e amigos do rapaz que moram na cidade, farão uma manifestação pedindo justiça. O ato será realizado no Parque Maurílio Biagi, em horário a ser confirmado. As investigações prosseguem.
Entenda o caso
Felipe era nascido na Praia Grande e tinha 29 anos. Veio para Ribeirão Preto com a mãe e o irmão há cerca de um ano, onde conheceu Brenda, também de 29 anos. Há sete meses, os dois moravam juntos, mas a relação era conturbada.
De acordo com o BO que registrou o homicídio de Felipe, o casal teria rompido no dia 2 de março. No dia seguinte, a mulher foi até a casa da mãe de Felipe, para onde ele tinha se mudado, no Adelino Simioni, zona Norte da cidade.
Após conversarem no carro por 10 minutos, ele entrou na casa da mãe dizendo que iriam voltar a morar juntos, que ela havia reconhecido que precisava mudar. Pegou suas roupas e foi embora para o Complexo Ribeirão Verde, zona Leste, onde a mulher morava.
Ainda segundo o BO, no final da noite a mãe de Brenda teria ligado para a mãe de Felipe informando que ele havia sofrido um acidente e estaria na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Simioni. A família foi até lá e encontrou Felipe morto. Ele teria sido atingido por vários golpes de faca.
Na casa de Brenda a Polícia não localizou celular, carteira e notebook da vítima. Também não encontrou Brenda. Havia sinais de sangue em várias partes da residência. Um dos cômodos havia sido lavado.
O laudo apontou que Felipe teria recebido pelo menos nove facadas no tórax, costas, pescoço e face. O jovem foi sepultado na Praia Grande, em clima de revolta entre seus familiares e amigos.
Na delegacia
Brenda compareceu à Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC) no final da tarde de quarta-feira (6). Estava acompanhada da mãe e de seu advogado, Alexandre Durante, que foi assistente de acusação e advogado de Arthur Paes Marques, pai do menino Joaquim, no julgamento mais importante na história de Ribeirão Preto.
Com um olho roxo e muito abalada, segundo Durante, Brenda Caroline alega legítima defesa. Garantiu que era agredida constantemente por Silva e, no final de semana, usou uma faca para se defender. Ela alegou ter dado três facadas na vítima após ser agredida, embora o laudo aponte pelo menos nove facadas.
“Eu jamais tiraria a vida dele, mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a primeira agressão que sofri. Já teve outras e tenho prova disso”, disse à imprensa.
O irmão da vítima, o entregador Bruno Camargo, rebateu as acusações de Branda Caroline. Disse que a ex-namorada sumiu com a carteira, o notebook e o celular do corretor de imóveis.
“Ela diz que ele era muito agressivo? Ela era muito agressiva. Pergunta pras amigas dela. Ele esteve sábado (2 de março) em casa com as coisas dele porque ela era muito agressiva, possessiva. Ela mesma confessou isso pra mim, disse que ia melhorara e que amava muito ele”, conta.
O delegado Rodolfo Latif Sebba, responsável pelas investigações, disse que a Polícia Civil vai continuar investigando, ouvindo testemunhas e buscando provas e que caberá à Justiça de Ribeirão Preto decidir sobre a prisão preventiva de Brenda.