Projeto da prefeitura de Ribeirão Preto enviado á Câmara prevê aberturara de crédito especial no valor de R$ 17,5 milhões para a Secretaria Municipal de Água e Esgoto (Saerp) perfurar três novos poços artesianos. Os recursos serão provenientes de operação de crédito da prefeitura junto à Caixa Econômica Federal, por meio do Programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).
Os novos poços serão perfurados no Alto da Boa Vista – em substituição a existente na avenida Portugal –, em área da Fundação Educandário Quinto Junqueira, no Jardim Independência (troca), e na Vila Tibério – em substituição ao que fica ao lado da caixa d’água, na esquina das ruas Vinte e Um de abril e Aurora.
Em janeiro, o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) de Ribeirão Preto anunciou que vai pedir o tombamento da caixa d’água como patrimônio histórico. Segundo o presidente do colegiado, Lucas Gabriel Pereira, o tombamento é necessário porque o local é um importante marco edificado para a população da Zona Oeste da cidade.
Para embasar o processo, o órgão solicitou um parecer técnico para a arquiteta e urbanista Ana Carolina Gleria Lima. De acordo com o parecer, o reservatório, com capacidade de 500 mil litros e 27 metros, foi construído em 1962 pelo então prefeito Alfredo Condeixa Filho (1914-1990). A construção foi publicada em matéria do então Diário da Manhã de 30 de setembro de 1962.
O relatório afirma também que não foram localizados no Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto (APHRP) as plantas e desenhos técnicos da edificação. A caixa d’água pode ser avistada de diversos pontos da cidade. O parecer cita o jornalista Antônio Fernando Gonçalves Braga.
Ele é morador da Vila Tibério e editor de importante publicação da região, o Jornal da Vila. Segundo o jornalista, “os moradores do bairro têm uma ligação afetiva e de orgulho com o reservatório, que pela altura e por sua forma de cálice tem um status de monumento, sendo considerado “um símbolo de identidade do bairro”.
O parecer ressalta ainda a importância histórica e arquitetônica da edificação como marco para a população local. Como argumento favorável para o tombamento cita, como exemplo, o reservatório de água da Vila Mariana, na rua Vergueiro nº 2.713, em São Paulo. De semelhança arquitetônica e simbólica, foi tombado em 2011 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da capital paulista.
O Tribuna apurou que para não atrasar a perfuração do poço no local, o Conppac teria feito um acordo com a prefeitura, que se comprometeu a não destruir e em restaurar o reservatório. O acerto foi fechado porque se o pedido de tombamento fosse feito e aprovado pelo conselho antes da perfuração, os trâmites legais poderiam atrasar aobra, prejudicando a disponibilização de uma nova opção de abastecimento de água para a população da região.