No ano passado, o Bosque e Zoológico Dr. Fábio Barreto, de Ribeirão Preto, recebeu 800 animais vitimados entregues aos cuidados dos profissionais do local pelo Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros, Guarda Civil Metropolitana e voluntariamente pela população. Os animais são considerados vitimados por terem sido atropelados, vítimas de queimaduras causadas por incêndios, terem perdido seu habitat natural ou terem sido objeto de tráfico e de maus tratos.
A maioria das espécies é formada por aves – filhotes – que caíram dos ninhos ou sofreram choques – batidas – contra janelas de vidros de prédios. Após o tratamento os animais são identificados com anilhas e microchips, avaliados clinicamente e biologicamente e nutridos através de uma dieta compatível com seu estado clínico.
Após a avaliação os animais podem ser soltos imediatamente, ou aguardam para serem reintroduzidos em ambiente natural, após exames laboratoriais realizados pelo setor de Biologia do Zoológico.
Quando não apresentam condições de retorno ao ambiente natural, mesmo com alta clínica, os animais permanecem no Bosque ou são transferidos para outras instituições.
Várias maritacas vitimadas, por exemplo, são incorporadas ao plantel e atuam em programas de educação ambiental.
O Setor de Biologia apoia o Setor de Medicina-Veterinária com a realização de exames laboratoriais, auxílio no diagnóstico e na solicitação de soltura de animais junto ao Departamento de Fauna do Estado de São Paulo.
Animais recebidos
Entre os animais recebidos pelo Zoológico está um Lobo-guará que foi levado para o Bosque no dia 9 de dezembro do ano passado, pelo Corpo de Bombeiros. O animal foi encontrado em uma fazenda na cidade de Serrana e apresentava lesões no crânio, região ventral e dorsal. Também tinha bicheiras e estava muito magro.
Ele recebeu tratamento médico-veterinário e foi submetido a uma dieta nutricional adequada para recuperação de seu peso. Agora está em reabilitação no setor de Biologia e passará por vários exames – entre eles, de sangue e fezes – que servirão para fundamentar a soltura dele em seu habitat natural.
Outro animal levado para o Bosque, no final do ano passado, foi um tamanduá-bandeira. Quando chegou ao local ele estava hipoglicêmico e com dificuldades em ficar com as patas apoiadas no solo. O animal recebeu tratamento médico-veterinário e foi submetido a uma dieta nutricional para recuperação. A sua soltura será decidida após exames complementares.
O Fábio Barreto possui estrutura e equipe multidisciplinar para o atendimento completo de animais silvestres vitimizados na região de Ribeirão Preto. É formada por biólogo, zootecnista e médico veterinário. É referência neste tipo de atendimento.
O protocolo básico de recepção de animais envolve a atuação integrada de profissionais da área de zootecnia para o manejo alimentar; biologia para o manejo comportamental e interação com outros animais e o setor de veterinária que cuida da parte sanitária.
Mais de quinhentos animais
O Bosque e Zoológico conta com um espaço de área verde de 250.880 m², onde vivem atualmente 568 animais de 180 espécies, entre aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios. O espaço concentra uma reserva de Mata Atlântica, com árvores centenárias, como perobas, jequitibás, ipês e jatobás. O Zoo também abriga animais ameaçados de extinção, como arara-azul, ararajuba, suçuarana, lobo-guará, mutum-do-sudeste, urubu-rei, anta, tamanduá-bandeira, jaboti-tinga e tracajá.
Prefeitura atendeu mais e setecentos cães e gatos feridos
A Divisão do Bem-Estar animal (DBEA) da Prefeitura de Ribeirão Preto recebeu, no ano passado, 787 cães e gatos feridos em acidentes de trânsito, vítimas de maus tratos ou doentes e abandoados nas ruas da cidade. Desde total, 132 foram atropelados. A Divisão fica localizada na avenida Eduardo Andrea Matarazzo, nº 4255, a popular Via Norte e só recebe animais nestas condições.
Lá os animais são examinados, medicados, tratados e após alta, são castrados, vacinados, microchipados e disponibilizados para adoção. Quando não são adotados eles permanecem na Divisão. Este é o caso do cão Cascão, que chegou filhote na divisão, no dia 16 de fevereiro de 2015. Foi tratado, se recuperou, mas ainda não foi adotado.
Entre os casos mais grave atendidos está o da cadela Estrela, que foi levada para a Divisão com fratura exposta em membro torácico esquerdo, (perna), além de magra, desidratada e infestada por carrapatos. No caso dela foi necessário a amputação da perna.
Outro exemplo é o gato Pinguim. O filhote chegou à Divisão com inchaço na cabeça, em estado de prostração e sem nenhuma reação física. Foi realizado o tratamento veterinário e, após poucos dias, ele apresentou melhoras. Atualmente encontra-se em alta e disponível para adoção.
A DBEA possui 17 funcionários que inclui médico veterinário, cuidador, atendente, agente administrativo, motorista, auxiliar veterinário.
Atualmente a Divisão tem mais de 50 cães e gatos, vacinados e vermifugados à espera de uma nova família. Os interessados em adotar passam por uma entrevista para avaliar as condições de guarda do cachorro ou gato e assinam um termo de responsabilidade sobre o animal.
É necessário a apresentação de documento com foto e comprovante de residência. Também é orientado aos adotantes levarem guias, para quem tem interesse por um cãozinho, e caixa de transporte, para quem quer aumentar a família com um gatinho. Para mais informações, o telefone da DBEA é (16) 3628-2778.