Ribeirão Preto enfrenta mais uma epidemia de dengue, desta vez de nível 2. Na tarde desta quarta-feira, 31 de janeiro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reuniu a imprensa para anunciar que os casos da doença no primeiro mês do ano aumentaram 143,14% na comparação com o mesmo período de 2023, de 401 para 975. São 574 a mais.
A pasta ainda investiga 3.203 casos suspeitos, aumento de 149,84% em relação aos 1.282 de janeiro do ano passado, 1.921 a mais. A secretária Jane Aparecida Cristina atualizou os números de 2023: foram 12.205 vítimas do Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya – e 25.460 suspeitas.
São 4.723 ocorrências a mais que as 7.482 do período anterior, alta de 63,12%. Ribeirão Preto registrou oito mortes por dengue no ano passado. Até agora, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, não há nenhum óbito confirmado em 2024, mas há um caso sob investigação, de um idosa que estava com a doença e faleceu.
De acordo com a secretária da Saúde, o índice predial de infestação larvária na cidade é de 12%. Significa que a cada 100 casas visitadas em janeiro, em Ribeirão Preto, em doze foram encontrados criadouros do Aedes aegypti.
Mais: em cada criadouro havia cerca de 300 larvas, em média. A maioria está em vasos, pneus e ralos.
Jane Aparecida Cristina pede a colaboração da população para evitar sobrecarga no sistema de saúde. Atualmente, hospitais públicos e particulares da cidade já registraram aumento naa internações por dengue. “Setenta por cento dos criadouros do mosquito estão dentro das casas”, ressalta.
A secretaria diz que, somente nos mutirões do ano passado, foram recolhidos 60 toneladas de materiais inservíveis, entre eles cinco mil pneus. Em janeiro de 2024, a coleta chega a 17 toneladas. Uma nova força-tarefa está agendada para este sábado, na Vila Virgínia, Zona Oeste, se não chover.
No ano passado, Ribeirão Preto também enfrentou epidemia de dengue, mas de nível 1, que não é tão grave quanto a atual. Jane Aparecida Cristina explica o que significa este novo patamar. “A gente já está em epidemia. Estávamos em epidemia nível 1, entramos, a partir de agora, em epidemia nível 2. O nível 2 são todas as ações relevantes”, diz.
“Além de mobilização social, ne
bulizações, a gente tem todo o processo de capacitação da equipe para atendimento, mobilização nas unidades de saúde com relação aos insumos e materiais que serão necessários para utilização de um possível aumento de número de atendimentos, e organização de todas as unidades de saúde para esse atendimento de dengue”.
Eliminação do Aedes aegypti
• Eliminar pratos de plantas ou utilizar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água de quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.