Tribuna Ribeirão
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O desafio da inserção da nossa juventude no mercado de trabalho 

Valdir Avelino *  
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— O que você quer ser quando crescer? Lembro que essa era uma forma comum dos adultos puxarem conversa com uma criança. E a resposta vinha ligeiro, cheia de sonhos, fantasias e esperanças. As crianças tinham na ponta da língua que seriam médicos, professores, atletas, astronautas, artistas, cantores, cientistas. Tudo bem que com o passar dos anos os sonhos dos pequenos ganhavam outras formas. Mas o importante é que desde criança os brasileiros já tinham a ideia de uma carreira profissional. 
 
Hoje, dados do IBGE mostram que um a cada cinco jovens com idade entre 15 e 29 anos enfrenta barreiras que o impedem de imaginar o que pretende ser profissionalmente. A maioria desses jovens não consegue ter uma ideia de carreira profissional, nem consegue mais seguir pelo caminho do estudo. A situação do jovem hoje está muito difícil. Nós temos 48 milhões de estudantes e só um milhão consegue trabalhar ou fazer estágio. Existe um clima de desesperança entre a nossa juventude porque o país, mesmo com a mudança de governo, ainda não tem os olhos voltados para ela. É preciso resgatar a esperança, os sonhos e a confiança da nossa juventude. 
 
Em razão disso, penso que um dos maiores desafios para toda grande cidade brasileira é adotar um conjunto de iniciativas que contribua para inserção do jovem no mercado de trabalho.  Todo grande município precisa – e Ribeirão Preto não é exceção   de políticas públicas permanentes voltadas para a inclusão de jovens de 15 a 24 anos, sem experiência prévia no mercado de trabalho, permitindo que estudem e trabalhem. Não tenho dúvida de que esse caminho é uma das principais portas de entrada para o primeiro emprego com carteira assinada. 
 
O aprendizado no mercado de trabalho abre as portas para que o jovem tenha a sua primeira experiência profissional. Um outro estudo do IBGE, que precisa ser atualizado, já apontava que no Brasil quase 11 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não estão ocupados no mercado de trabalho e nem estudando ou se qualificando. Ainda segundo o IBGE, esse grupo representa 23% da população do país. É muita gente precisando de apoio, orientação, treinamento e confiança. Além de abrir a chance de aprendizado para nossos jovens, é preciso que as políticas públicas nessa área foquem na necessidade de estimular programas de aprendizagem que permitam aos jovens funcionários adquirir novas habilidades e aumentar sua produtividade e a consciência. 
 
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis 

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