Ribeirão Preto abriu 2024 com reajuste de 3,89% no preço da cesta básica de alimentos. Saltou de R$ 650,42, em dezembro, para R$ 675,74 em janeiro. O acréscimo chega a R$ 25,32. Em novembro, custava R$ 630,83. Ou seja, encerrou o ano passado com alta de 3,11% e aporte de R$ 19,59.
Já havia constatado alta de 3,70% em novembro, em relação aos R$ 612,02 de outubro, acréscimo de R$ 18,81. Em setembro chegou a R$ 590,32 – menor valor registrado desde maio, quando o Índice Mensal passou a ser divulgado pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp).
A alta do pacote com os mesmos produtos é a quarta seguida após três meses seguidos de deflação. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 24 de janeiro. A coleta ocorreu na sexta-feira (19). Os analistas da Acirp percorreram 15 estabelecimentos: onze supermercados/hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as cinco regiões da cidade.
Com a virada do ano, a inflação nos preços do kit mínimo acumulada em 2024 é de 3,89%. De novembro para dezembro, o acumulado saltou de deflação de 2,1% para alta de 0,91% em oito meses. Custava R$ 610,98 em agosto, R$ 645,33 em julho, R$ 679,67 em junho – maior valor da série – e R$ 672,82 em maio.
O levantamento é feito pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp) do Departamento de Relações Jurídicas e Institucionais, braço econômico da Acirp, e não tem caráter fiscalizador. Os pesquisadores responsáveis pela pesquisa afirmam que o aumento de preços se deve, principalmente, a fatores de demanda e condições climáticas.
Os analistas do IEMB-Acirp destacam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já prenunciava os aumentos dos alimentos devido ao fenômeno El Niño, cujos efeitos se tornam gradualmente mais intensos. “Temperaturas mais altas e mudança no ritmo pluviométrico geram grandes efeitos, principalmente sobre produtos in natura, devido aos impactos nas colheitas”, afirma Lucas Ribeiro, da Acirp.
O grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas do ribeirão-pretano, com 36,57% do valor total da cesta, é o da carne. Frutas e legumes absorvem 29,97% do orçamento, seguidos dos farináceos (19,08%), laticínios (5,94%), leguminosas (5,2%), cereais (2,46%) e óleos (0,78%).
Em relação ao poder de compra, considerando uma remuneração de R$ 1.412 (salário mínimo), deduzidos 7,52% de descontos da Previdência Social, tem-se que o piso líquido é na ordem de R$ 305,82, de tal modo que um trabalhador de média idade comprometeria cerca de 51,75% de sua renda apenas com gastos alimentares.
“Foi uma queda de 1,53 pontos percentuais em relação ao mês anterior (53,28%). Assumindo uma carga horária mensal de 220 horas, esse indivíduo precisaria trabalhar 113,85 horas para adquirir a referida cesta, o que, com novo salário, significa cinco horas a menos que em dezembro”, completa Lucas Ribeiro.
O reajuste de 6,97%do salário-mínimo em dezembro ajudou a minimizar o impacto. Entre os vilões da cesta básica de alimentos de janeiro destacam-se batata inglesa (alta de 46,22%), feijão carioca (+23,24%) e café em pó (+11,05%), cuja elevação de preços é reflexo da queda na oferta do produto.
Entre os preços coletados, os produtos que apresentaram maior desvio padrão, isto é, aqueles que tiveram maior variação de valor entre um estabelecimento e outro, são a carne alcatra (cerca de R$ 5,65 de diferença), cujo quilo custa em média, R$ 41,19, e o café em pó (R$ 3,83), sendo que o preço médio do kg é de R$ 27,34.
Cesta é mais cara na Zona Sul de RP
A região Central apresentou o kit mensal mais caro de Ribeirão Preto em janeiro, de R$ 712,18, ante R$ 643,26 em dezembro, acréscimo de R$ 68,92 e alta de 10,71% impulsionada pelos aumentos de 43,72% no preço da bata inglesa e de 62,17% no do açúcar cristal.
A Zona Norte tem a cesta mais barata. Passou de R$ 617,26 em dezembro para R$ 638,10, avanço de 3,38% e R$ 20,84 a mais. Puxaram a alta o feijão carioca (+1435%), batata inglesa (+39,95%) e banana nanica (+26,52%).
Na Zona Leste, saltou de R$ 671,61 para R$ 707,52, aporte de R$ 35,91 e aumento de 5,35%.
Na Zona Sul, passou de R$ 673,25 para R$ 686,57, aumento de 1,98% e acréscimo de R$ 13,32. Por fim, na região Oeste, subiu de R$ 642,19 para R$ 650,50, aporte de R$ 8,31 e crescimento de 1,29%, segundo os dados da pesquisa IEMB-Acirp.
Dados do estudo – A cesta utilizada baseia-se no decreto lei nº 399, que regulamenta o salário mínimo brasileiro e apresenta o tipo e a quantidade de alimentos de acordo com a região administrativa brasileira. O custo médio total de uma cesta de consumo alimentar capaz de atender as necessidades energéticas e nutricionais de um indivíduo em idade representa para o índice da Acirp o marco da linha de indigência na cidade.
A lista inclui alcatra bovina (6 kg), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 quilos), arroz branco tipo 1 (3 quilos), farinha de trigo (1,5 quilo), batata inglesa (6 quilos), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).