Duarte Nogueira *
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No último dia 15 de janeiro, ocorreu a divulgação do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico) de 2023, com dados coletados em 2022. O documento reúne informações sobre saneamento de todo o país, com registros sobre os índices de oferta de água tratada, percentual de coleta de esgoto e seu respectivo tratamento. Os índices de Ribeirão Preto são de causar inveja à grande maioria dos municípios do país, já que tem uma rede que atende em 100% o abastecimento de água, coleta 99,72% do esgoto produzido e trata 100% em duas estações de tratamento de esgoto.
Essa situação coloca Ribeirão Preto como uma das poucas cidades médias a ter o saneamento básico universalizado, quando muitos municípios têm deficiências no abastecimento de água tratada, não tem coleta de praticamente todo o esgoto e nem trata tudo que coleta. Os dados informados no mais recente SNIS são muito importantes para a cidade, porque demonstra a qualidade de vida e saúde que é oferecida a quem aqui mora e trabalha. Mas um item em particular nos deixa ainda mais orgulhosos de nossa cidade: a redução das perdas totais de água.
As perdas totais que chegavam a 62% em 2017 registraram 43,64% no mais recente SNIS. As perdas totais ocorrem por vazamentos, ligações clandestinas de água e subfaturamento por medição a menor dos hidrômetros mais antigos, porque o equipamento se desgasta e torna-se impreciso a partir dos cinco anos de utilização. A diminuição das perdas, que vão se ampliar ao longo dos anos, é resultado de um trabalho focado na redução de vazamentos, renovação do parque de hidrômetros e fiscalização de ligações clandestinas, com autuações, eliminação da ligação e multas aos responsáveis.
Com a implantação do Programa de Gestão, Redução e Controle de Perdas, o percentual de perdas vêm se reduzindo consideravelmente a cada ano e a previsão é de uma redução ainda maior até o final de 2024, em que pretendemos atingir os índices em torno de 30%. A redução de perdas no sistema de abastecimento é uma das principais metas da Secretaria de Água e Esgotos (Saerp), que vem investindo mais de R$ 130 milhões na implantação do programa, visto que o saneamento básico em Ribeirão Preto já é universalizado.
As ações em andamento preveem várias obras no setor, como a construção de reservatórios e adutoras, objetivando inverter o sistema de abastecimento (hoje com a maioria em marcha, do poço para as casas), abastecendo antes os reservatórios para que a distribuição seja feita por gravidade e, com isso, tenha melhor gestão e controle. A medida vai reduzir consideravelmente o número de vazamentos, uma vez que a pressão na rede será significativamente menor.
Enquanto realizamos as obras para melhorar a preservação e a distribuição da água, estamos trabalhando firme na busca ativa de vazamentos ocultos – que provocam perdas maiores -, para que façamos os reparos necessários. Com menos perdas teremos também melhor distribuição da água, além de economizarmos energia elétrica nos poços, que não precisarão ficar ligados dia e noite. Tudo isso é extremamente importante porque com o esforço em economizar água, estamos preservando o aquífero Guarani.
E é justamente para preservar nossa fonte de água subterrânea de excelente qualidade que estamos realizando estudos para o Projeto Básico do Sistema Produtor do Rio Pardo, que será uma fonte alternativa e de longo prazo de abastecimento. Assim, enquanto cuidamos do fornecimento de água no presente trabalhamos pela segurança hídrica no futuro.
* Prefeito de Ribeirão Preto