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Hotel Brasil vai a novo leilão hoje  

Depois de fracassar por duas vezes, em maio e junho do ano passado, terceiro leilão judicial para venda do prédio do antigo Hotel Brasil será nesta terça-feira (23) (Alfredo Risk)

O prédio do antigo Hotel Brasil, localizado na esquina da avenida Jerônimo Gonçalves com a rua General Osório, na região da Baixada, Centro Velho de Ribeirão Preto, irá a leilão pela terceira vez nesta terça-feira, 23 de janeiro. O pregão está marcado para as 13 horas. Nas duas primeiras tentativas, realizadas no ano passado, não houve interessados na aquisição do imóvel.

O leilão foi determinado pela Vara da Fazenda Pública e Autarquias Estaduais da Comarca de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O objetivo é obter o pagamento de dívidas tributárias do Grupo Maurício Marcondes e da Drogavida Comercial de Drogas Ltda., pertencente ao empresário, falecido em 20 de fevereiro de 2016.

A holding é proprietária do Drogão Super, uma rede farmacêutica composta por mais de 70 drogarias espalhadas por todo interior de São Paulo. Tem unidades em cidades como Franca, Campinas, Araraquara e Santos, além de Ribeirão Preto, e também em outros estados. O Hotel Brasil faz parte de um lote de cinco imóveis do grupo que será leiloado nesta terça-feira.

A empresa leiloeira é a Sandra Leilões. Outros três imóveis estão na região central de Ribeirão Preto e um fica na avenida Nove de Julho, na Zona Sul.  No total, estão avaliados em R$ 23.452.992,34. Na terceira tentativa de leiloar os bens, o lance mínimo inicial será de 50% do valor original.

No caso do Hotel Brasil, será de R$ 4.730.534,18 – inicialmente era de R$ 9.235.540,20, depois caiu para R$ 5.541.324,10. Os leilões são virtuais. Para participar, os interessados devem fazer um cadastro no site da empresa leiloeira, a Sandra Leilões (sandrasantosleilões.com.br), da cidade mineira de Visconde do Rio Branco.

O cadastro servirá para analisar se os candidatos preenchem todos requisitos exigidos nos editais do leilão. Abandonado há cerca de 30 anos, o imóvel foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) em agosto de 1991. Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas quebradas, além do teto danificado.  

De acordo com advogado Lucas Gabriel Pereira, presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural, desde a desativação do hotel foram realizadas várias tentativas para a ocupação do espaço. Entretanto, nenhuma delas deu resultado.

A mais recente, segundo ele, aconteceu em 2010, quando a prefeitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma permuta com os proprietários e instalar um centro cultural no local. “Aquele que vier a arrematar esse imóvel no leilão terá que seguir todos os requisitos para poder fazer o restauro”, explica o presidente do Conpacc.

História – Construído em 1921, o antigo Hotel Brasil fez parte da história de famílias importantes para Ribeirão Preto. O projeto inicial de construção do imóvel é de Vicente Viccari, com colaboração do engenheiro Antônio Soares Romêo. Com o falecimento de Viccari, o prédio foi passado em herança para sua filha, casada com Pedro Moschini, que permutou o edifício com Pedro Biagi em troca de três imóveis da Vila Amélia e uma chácara.

Ficou conhecido por ter hospedado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e Vasco da Gama, entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal. No final da década de 1980, foi vendido para o empresário Maurício Marcondes de Oliveira.

A holding M. Marcondes é a proprietária e gestora da Drogavida. Segundo o Conppac, o valor do débito do grupo era de R$ 3.691.157.723,99 em setembro de 2022. Segundo o presidente do conselho, a Justiça decretou a indisponibilidade dos bens da holding para garantia dos débitos judiciais da Drogavida.

Defesa – Porém, quando o suposto débito estava na casa dos R$ 5 bilhões, o grupo disse à imprensa que o caso estava sub judice. A holding acionou a Justiça contra o Estado de São Paulo. Segundo o departamento jurídico da empresa leiloeira, os certames só não acontecerão caso o Grupo Maurício Marcondes consiga reverter a decisão na Justiça de Minas Gerais.

Imóveis que também devem ser leiloados
Prédio do Hotel Brasil
Local: avenida Jerônimo Gonçalves com rua General Osório
Valor: R$ 4.730.534,18
Imóvel 02: rua Amador Bueno nº 596, 598,  600, 602 e 604
Imóvel 03: rua  Duque de Caxias n°349
Imóvel 04: avenida Nove de Julho n°859
Imóvel 05: rua Saldanha Marinho esquina com Mariana Junqueira n° 221 e 231
 

 

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