Tribuna Ribeirão
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Séries e filmes da Argentina 

Rui Flávio Chúfalo Guião *
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Aproveitei o final do ano para assistir a duas séries argentinas interessantíssimas, no Star+: Nothing e The Boss. Apesar dos nomes em inglês, são oriundas do país vizinho,  ambientadas em Buenos Aires, o que torna a capital portenha, com seus prédios em estilo europeu e seus jardins imponentes, agradável  protagonista.

O cinema argentino começou a ser desenvolver logo depois que os  irmãos Lumière mostraram seu invento, em 1895, num café de Paris. Com o acréscimo do som, nos anos 1930,  a arte ganhou forte expansão na Argentina, sofrendo altos e baixos, de acordo com a situação política do país., que ora estimulava, ora censurava a sua manifestação.

Tão expressiva é sua produção, que recebeu dois Oscar de melhor filme estrangeiro:  em 1986 (A História Oficial) e 2009 (O Segredo de seus Olhos), feito que ainda nós não conseguimos.

Já vi os dois filmes citados.

A História Oficial trata dos dias sombrios da ditadura militar, dos desaparecimentos de presos políticos e das mães e avós da Praça de Mayo. No enredo, a professora Alícia desconhece o que ocorreu no país, mas, alertada por uma amiga que sobreviveu à perseguição política, acaba descobrindo o envolvimento do marido nas tramas governamentais e a verdade sobre a origem de sua filha adotiva.

O Segredo de seus Olhos é um belíssimo filme envolvendo mistério, busca pela solução de um crime de estupro e a longa paixão do protagonista pela bela chefe, um desencadear de desencontros.

Os filmes argentinos me agradam bastante, pois tem temas variados, bons artistas e ótimas produções. Acho mesmo que têm mais conteúdo e são mais maduros do que os produzidos no Brasil, colocando-os na liderança latino-americana da arte.

As duas séries citadas têm a direção de Mariano Cohn e Gastón Duprat estão bastante diferentes, embora se perceba em ambas a mão firme dos diretores.

Nothing, que tem seu nome em espanhol Nada (em português nothing também é nada ) é estrelado pelo excelente ator portenho Luís Brandoni, que, do alto de seus mais de oitenta anos, faz um crítico gastronômico ranzinza, metido a ricaço, mas, que, precisa vender os quadros de sua coleção, para viver.

Durante longos anos, dependeu de sua governanta, que lhe assessora em tudo. Num belo dia, ela morre e ele fica sem saber como viver sem ela. Mais não conto para não estragar a história.

Muito interessante é ver vários restaurantes de Buenos Aires, bem como as receitas de pratos apreciados pelo personagem. A série contou com a consultoria do famoso chef argentino Francis Mallman e tem como coadjuvante Robert de Niro.

The Boss é sobre um zelador que, há mais de trinta anos comanda prédio residencial na cidade de Buenos Aires. Exerce a função há tanto tempo, que se considera dono do prédio, influenciando na vida dos moradores. Estes se dividem entre os que o apoiam incondicionalmente e os que querem demiti-lo. É hilária a estratégia que desenvolve para manter o poder, os passos que segue em busca da permanência.

O zelador é vivido pelo notável ator portenho Guilherme Francella, sem dúvida, responsável pelo sucesso da série.

Vale a pena ver as séries, curtir suas situações ao mesmo tempo cômicas e dramáticas. E, se você ainda não assistiu aos dois filmes premiados com o Oscar, corra para vê-los.

* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras 

 

 

 

 

 

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