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Complexo dos Museus: Conppac aprova reserva técnica  

Reunião online ocorreu na segunda-feira, 15 de janeiro, com conselheiros, representantes da Secretaria da Cultura e Turismo e da empresa responsável pelo projeto (Alfredo Risk)

O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) de Ribeirão Preto aprovou, na tarde de segunda-feira, 15 de janeiro, o projeto arquitetônico e complementar para a construção da Reserva Técnica dos Museus Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos e do Café Coronel Francisco Schmidt, no chamado “Complexo dos Museus”, no campus da Universidade de São Paulo (USP), apresentado pela Secretaria Municipal da Cultura e Turismo e empresa responsável em reunião online com conselheiros.

“Está é uma vitória e um avanço de décadas para cultura e memória de Ribeirão Preto. Hoje demos um passo importante para finalmente resolver um problema histórico para preservação de um importante patrimônio da cidade, por meio da recuperação do Complexo dos Museus”, explica Pedro Leão, secretário da Cultura e Turismo.

“ A construção da Reserva Técnica irá permitir que os acervos sejam resguardados para que os prédios sejam recuperados, é uma ação em cadeia”, emenda. De acordo com o presidente do Conppac, Lucas Gabriel Pereira, o projeto seguiu com as readequações solicitadas pelos conselheiros em reunião anterior.

Atende aos aspectos ambientais e paisagísticos do entorno, levando em consideração as construções coloniais dos Museus Histórico e do Café e teve aprovação unânime. “O projeto aprovado hoje foi o melhor possível para o local neste momento, por respeitar as normas de sustentabilidade, do meio ambiente e de patrimônio histórico”, diz.

“Será um legado para Ribeirão Preto pelos próximos 50 a 100 anos”, ressalta Lucas Gabriel Pereira. A Reserva Técnica ficará próxima ao coreto do Complexo dos Museus e terá uma área total de construção de 1.000 metros quadrados.

O local, além de abrigar o acervo, poderá também ser utilizado para formação, difusão e como espaço expositivo. Os projetos para o Complexo dos Museus estão sendo realizado em etapas, sempre em uma força tarefa que envolve a empresa que desenvolveu os projetos, poder público e Conppac.

Nas intervenções futuras, estão previstos os restauros e requalificações dos prédios e monumentos, além de projeto paisagístico. Participaram da reunião membros do poder público municipal, representantes da empresa responsável pelo projeto, membros do Conppac, especialistas na área de patrimônio e sociedade civil organizada.

Em dezembro de 2021, a prefeitura de Ribeirão Preto anunciou que precisaria de R$ 15 milhões para restaurar os museus. O projeto de restauro não compreende somente a reforma e restauro dos museus, mas também a Casa do Colono, coreto e belvedere, os jardins e o entorno, inclusive o cercamento do complexo.

Além da reserva técnica, também prevê a construção de estacionamento para os visitantes. Esses novos locais serão incluídos em espaços que não irão interferir no patrimônio histórico. A novela do restauro dos dois museus começou em 2016, quando ambos foram interditados, depois que o forro de um dos cômodos desabou.

Na época, uma Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara comprovou a deterioração do acervo dos museus e serviu de subsídios para a ação civil movida pelo Ministério Público. Em outubro de 2017, a Justiça determinou que a prefeitura iniciasse, em até 90 dias, a restauração dos museus, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

A administração recorreu da sentença, que acabou sendo mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Já em janeiro de 2019, a Justiça determinou que a prefeitura de Ribeirão Preto teria de reformar os museus em até dois anos, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia de atraso. Os acervos também deveriam ser restaurados dentro de um ano.
O Complexo dos Museus
Com o objetivo de contar a história do “ciclo do café” em Ribeirão Preto e no Brasil, Plínio Travassos dos Santos começou a recolher e colecionar objetos alusivos a cultura do “ouro verde”. Em 20 de janeiro de 1955, já com um número significativo de objetos, foi inaugurado o Museu do Café, instalado provisoriamente, em três salas e três corpos das varandas que circundam o edifício do Museu Histórico.

O prédio do Museu do Café Coronel Francisco Schmidt foi inaugurado oficialmente em 26 de janeiro de 1957, no campus da Universidade de São Paulo (USP). O Museu Histórico e de Ordem Geral começou a sair do papel em 1938, por iniciativa do seu patrono Plínio Travassos dos Santos. Com o objetivo de criar um Museu em Ribeirão Preto. A criação foi oficializada em julho de 1949.

Em 1950, o município recebeu por empréstimo a casa-sede (antigo Solar Schmidt) da Fazenda Monte Alegre. Este imóvel e a área circundante foram posteriormente doados (em regime de comodato) mediante autorização legal. Em 28 de março de 1951, instalado definitivamente no antigo Solar Schmidt, o museu foi inaugurado, com as seções Artes, Etnologia Indígena, Zoologia, Geologia e Numismática.

Os Museus Histórico e do Café abrigam um dos mais importantes acervos relacionados ao café, formado por cerca de três mil objetos, dentre eles documentos históricos, fotografias, numismática, etnologia indígena, mineralogia, mobiliário, indumentária, além de obras de arte como pinturas e esculturas de artistas de renome como Victor Brecheret, Rodolfo Bernardelli, José Pereira Barreto, Tito Bernucci, Oscar Pereira da Silva, J. B. Ferri, Odete Barcelos, Colette Pujol, muitas com temática histórica.
 

 

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