A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de dezembro registrou crescimento de 79,87%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 4,87 milhões de toneladas contra 2,71 milhões. No acumulado da safra 2023/24, a moagem atingiu 644,14 milhões, ante 542,39 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/23 – avanço de 18,76%.
Os dados são da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Em dezembro, um mês suficientemente seco para operacionalização da colheita, as unidades produtoras do Centro-Sul foram capazes de manter um ritmo de processamento inédito para essa etapa da safra. Desde 2015 o setor não ultrapassava a marca de 20 milhões de toneladas processadas no último mês do ano civil.
Operaram na segunda quinzena de dezembro 100 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 85 unidades com processamento de cana, oito empresas que fabricam etanol a partir do milho e sete usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, operaram 49 unidades produtoras.
Ao final da quinzena, 81 unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 246 unidades. No ciclo anterior, até 1º de janeiro, 247 usinas haviam terminado com seu período de processamento. Para a próxima quinzena, está previsto que mais duas unidades produtoras encerarão a safra.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de dezembro foi de 136,93 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 143,17 kg por tonelada na safra 22/23 – variação negativa de 4,36%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 139,57 kg de ATR por tonelada (-1,13%).
Produção – A produção de açúcar na segunda metade de dezembro totalizou 235,76 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 173,83 milhão de toneladas, representa aumento de 35,63%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 42,05 milhões de toneladas, contra 33,53 milhões de toneladas do ciclo anterior (+25,43%).
Vale destacar que o recorde na produção de açúcar também se estende para as exportações do produto que, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), encerrou 2023 com um 31,38 milhões de toneladas embarcadas, o maior valor de toda a série histórica.
O pico de exportações ocorreu em dezembro quando 3,85 milhões de toneladas foram comercializadas para o mercado externo. Na segunda quinzena de dezembro, 526,11 milhões de litros (+62,88%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul.
Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 353,79 milhões de litros (+99,44%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 172,32 milhões de litros (+18,34%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 31 de dezembro, a fabricação do biocombustível totaliza 31,44 bilhões de litros (+14,39%), sendo 18,79 bilhões de etanol hidratado (+18,72%) e 12,66 bilhões de anidro (+8,52%).
Vendas de etanol – No mês de dezembro, as vendas de etanol totalizaram 2,88 bilhões de litros, o que representa aumento de 11,25% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 941,95 milhões de litros – queda de 18,61% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,93 bilhão de litros – crescimento de 35,46%.
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado em dezembro totalizaram 1,81 bilhão de litros – variação de 39,22% em relação ao ano passado. O volume robusto comercializado reflete a competitividade do biocombustível nas bombas e, concomitantemente, um movimento sazonal de incremento das saídas comum ao mês de dezembro.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 23,95 bilhões de litros, representando um aumento de 6,59%. O hidratado compreende uma venda no volume de 14,37 bilhões de litros (+10,71%), enquanto o anidro de 9,58 bilhões (+0,95%).