Dívidas afetam 29,03% da população de RP

Levantamento do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial (Acirp) aponta que 210.606 pessoas estavam inadimplentes em Ribeirão Preto no segundo semestre de 2023. Isso significa que 29,03% dos moradores da cidade não tinham disposição ou condição para quitar suas dívidas.  
Os dados mostram que o número de inadimplentes caiu cerca de 0,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Ainda assim, houve um crescimento de 2,62% em relação ao segundo semestre de 2022. A pesquisa leva em consideração dados do Boa Vista, uma companhia Equifax, empresa parceira da Acirp. 
 
O cartão de crédito ainda é o principal responsável pelo alto endividamento em na cidade. As principais despesas utilizando esta modalidade de pagamento são compras em supermercados (alimentos), produtos (roupas, calçados, eletrodoméstico e etc.), medicamentos, alimentos por delivery e transporte (combustível). 
 
“Em Ribeirão Preto, 53% dos indivíduos que possuem alta ou altíssima propensão a compras no cartão de crédito são inadimplentes, sendo que esse grupo tem 1,2 vez mais chances de se endividar com esse meio de pagamento comparado ao restante da população”, afirma Livia Piola, analista do IEMB da Acirp.   
 
O perfil dos endividados é, em sua maioria, formado por consumidores masculinos (53,74% são homens) com faixa etária concentrada entre 25 e 49 anos. Segundo os analistas do Instituto da Acirp, o desemprego se destaca entre os fatores que mais influenciam o endividamento. 
 
“Na pesquisa realizada, 54,6% dos inadimplentes encontravam-se desocupados, de modo que a ausência de renda fragiliza a capacidade de pagamento desses indivíduos. Ademais, verificou-se nos últimos anos uma redução de 10% no salário médio do ribeirão-pretano”, relata Piola.    
 
Em janeiro do ano passado, o mesmo levantamento da Acirp apontava que sete em cada dez ribeirão-pretanos (70%) tinham dívidas e que cerca de um em cada três estava com parcelas em atraso (quase 30%). De acordo com os dados apurados pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi, 28,27% da população da cidade – um total de 205.225 pessoas – iniciaram 2023 com dívidas atrasadas e estavam inadimplentes. 
 
A vencer – Além disso, 77,62% dos moradores de Ribeirão Preto tinham débitos a pagar, mas que ainda não haviam vencido. Eram 563.469 trabalhadores com algum “papagaio” pela frente. A Acirp vai completar 120 anos de atuação em 2024. A instituição foi fundada em 1904 e sua história se confunde com o desenvolvimento de Ribeirão Preto. Conta com mais de cinco mil empresas associadas. 
 
Serasa – Segundo a Serasa Experian, Ribeirão Preto fechou o primeiro semestre do ano passado com 292.110 inadimplentes. Em outubro atingiu 296.914, o maior volume do ano, e em novembro caiu para 294.749. Após cinco altas mensais consecutivas, houve queda de 0,73% na passagem do mês, 2.165 a menos.  
 
O volume de novembro estava acima dos 286.522 devedores do mesmo período do ano passado, 8.227 a mais e alta de 2,87%. Em parte, a retração foi puxada pelo pagamento do décimo terceiro salário. Em Ribeirão Preto, o salário extra deveria injetar um valor líquido de R$ 557.462.257,04, segundo a Acirp.  
 
O total de pessoas em situação de inadimplência na cidade, em novembro, corresponde a 42,2% da população ribeirão-pretana, de 698.642 habitantes, segundo dados do Censo Demográfico 2020, anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  
 
O valor médio que cada morador da cidade devia na praça em novembro era de R$ 6.894,02. Com base neste valor, o montante da inadimplência, que já havia superado a barreira de R$ 2 bilhões em outubro, ficou em R$ 2.032.006.203,96, ante R$ 2.035.297.963,76 do mês anterior. São R$ 3.291.759,80 a menos, queda de 0,16%.  
 
Dívida Ativa – Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, até 3 de novembro 145.032 contribuintes de Ribeirão Preto estavam inscritos na Dívida Ativa por causa de débitos no valor total de R$ 1.380.784.084.72. De acordo com a pasta, 70% do total de devedores encontram-se protestados. Eram 86.698 pessoas que deviam R$ 635.179.883,62.