Por: Adalberto Luque
O delegado responsável pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Ribeirão Preto, Kleber de Oliveira Granja, divulgou, no início da tarde desta quarta-feira (03) que as investigações em torno da morte do executivo Paulo Roberto Carvalho Pena Braga Filho, de 34 anos, seguem em segredo de Justiça.
Braga Filho trabalhava em uma multinacional dos Estados Unidos e veio ao Brasil no dia 19 de dezembro passar as festas de final de ano com a família. Na quinta-feira (28) ele saiu, informando aos pais que iria se encontrar com amigos. Desde então, não foi mais visto com vida pela família.
Um homem entrou em contato com a irmã, que também mora nos Estados Unidos e estava salva como contato de emergência da vítima, informando que havia encontrado o celular. Ela passou o contato da mãe, que recebeu a ligação do mesmo homem. Ele pediu a senha para confirmar se seria mesmo da família do rapaz e chegou a marcar um encontro, mas não compareceu.
O corpo do rapaz foi encontrado na noite de sábado (30) em um imóvel localizado na Avenida do Café, Vila Amélia, zona Oeste de Ribeirão Preto. O executivo estava no quarto de uma espécie de pensão, um sobrado com quartos normalmente alugados por acompanhantes para encontros. Seu corpo apresentava marcas de que teria sido estrangulado com auxílio de um pano. Ele teria sido levado até lá por um motorista de aplicativo.
De imediato, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da DEIC assumiu as investigações e passou a trabalhar com a hipótese de latrocínio – crime seguido de morte.
“A DEIC iniciou suas investigações, a partir do exato momento em que familiares noticiaram o desaparecimento da vítima, e as circunstâncias desse desaparecimento. Com tal notícia dos familiares, que ensejou levantamento pontual sobre o perfil vitimológico do desaparecido, a investigação de polícia judiciária preliminar e ininterrupta foi determinante para compreensão dos fatos relacionados com a localização de Paulo Roberto, já em óbito”, informou Granja.
Cena preservada
O diretor da DEIC informou que, com a cena do crime preservada, diversas evidências foram coletadas e estão sendo processadas. O delegado Targino Donizete Osório está à frente das investigações e requisitou laudos periciais, que estão sendo elaborados. São laudos que podem identificar envolvidos através da análise de impressões digitais, do possível instrumento que tenha matado a vítima, dos exames necroscópicos feitos no corpo de Braga Filho, além de evidências genéticas obtidas na cena do crime.
A Polícia Civil também tem reunido imagens de câmeras de segurança que possam indicar o que de fato tenha ocorrido. Foi através de imagens de câmeras de segurança que a DEIC descobriu o motorista por aplicativo que levou a vítima até o local onde ocorreu o latrocínio. A Polícia já requisitou, inclusive, quebra de sigilo telefônico e telemático de Braga Filho e de suspeitos.
O coordenador do DEIC informou que a tese de latrocínio é mantida. “O referido Inquérito Policial segue em segredo de justiça no tocante aos detalhes circunstanciais sobre causa da morte, motivação, bem como, desdobramento da investigação quanto à autoria do hediondo crime e medidas cautelares já adotadas ora em curso”, concluiu Granja.