Tribuna Ribeirão
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O Rio de Janeiro que vive em meu coração 

Edwaldo Arantes – Agente Cultural 

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Nestas épocas de festas que se inicia com o Natal e finda com o término do ano, lembro-me muito do Rio, sou um apaixonado por ele, incrível a diversidade de tudo que acontece, consegue unir e misturar cultura, educação e lazer, verdadeiro samba, futebol e boteco. 

As opções navegam das praias ao Centro, da história à modernidade, seus centros culturais, teatros, museus, parques, jardins, igrejas, morros e praias. 

Tudo no Rio é uma foto em movimento, não existe nada que os olhos não olhem e o coração não sinta. 

Copacabana, “Princesinha do Mar”, você caminha pelo calçadão olhando o mar e encontra o Poeta Maior, sentado, absorto, pensando, olhos ao chão, mais um pouco e quase esbarra no Caymmi com seu eterno violão e sorriso de Juscelino Kubitschek. 

Tudo na orla, um quiosque atrás do outro, um chopinho em pé e uma caipirinha, prefiro sempre de vodka, denominada caipirosca. 

Acordava cedo, como faço até hoje, minhas estadias eram no coração de Copa, Rua Ministro Viveiros de Castro, coração de Copa, dois, três quarteirões da Rua Duvivier, um dos berços da Bossa Nova e seu famoso “Beco das Garrafas”. 

Tomava apenas um cafezinho, para não estragar as bebidinhas e comidinhas minha Filhota sempre pedia uma média e queijo quente. 

Copacabana fica entre dois Fortes, iniciando com o “Duque de Caxias”, localizado na área de proteção ambiental, cercado pela mata atlântica, no alto do Morro do Leme, de onde pode-se avistar a toda a orla, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e Niterói, entre outras paisagens maravilhosas. 

Na outra ponta, final de Copa, divisa com Ipanema, fica o “Forte de Copacabana”, local bucólico e intenso de muitas histórias e lutas, de frente para a Baía, onde você pode saborear petiscos de uma filial da charmosa e centenária “Confeitaria Colombo”, nascida na Gonçalves Dias, Centro da cidade maravilhosa. 

Iniciava com ela nosso périplo pela orla, a Má ao meu lado, louca para entrar no mar, eu só ficava sentado na areia, lendo O Globo e O Dia, mas mesmo com toda a ânsia e vontade das ondas, ela acompanhava-me até o final da Jornada. 

O primeiro encontro e privilégio, uma reverência a “Clarice Lispector”, no Caminho dos Pescadores, Leme, sentada com um livro ao colo e sua beleza impassível, pertinho, ainda no Leme, Ari Barroso de óculos, terno, gravata e seu meio sorriso irônico, sentado no tradicionalíssimo “La Florentina” na Avenida Atlântica. 

Depois Drummond, com as pernas cruzadas, de costas para o mar, olhar ao chão, pensando Minas e seus mistérios, ao final cumprimentava Dorival Caymmi, na Colônia dos Pescadores com seu violão em uma mão e na outra, seu braço aberto em saudação aos céus e seu sorriso imenso de Juscelino Kubitschek. 

O Rio e suas estátuas, marcas vivas do passado, Nelson Rodrigues, na Praça Itanhangá, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Joaquim Nabuco, na Presidente Wilson, Centro,  em frente a ABL – Academia Brasileira de Letras,  o Padre Antônio Vieira na Rua Marquês de São Vicente, PUC RJ, Gávea, Otto Lara Rezende, no Jardim Botânico,  João Ubaldo na Praça Antero de Quental, Leblon, Lima Barreto na Rua do Lavradio, Lapa, Tom Jobim na Avenida Francisco Bhering, com seu inseparável violão ao ombro,  Ipanema, Noel Rosa, na Rua São Francisco Xavier, Vila Isabel, sentado com  sua eterna cervejinha, Luiz Gonzaga, no Centro de Tradições Nordestinas, São Gonçalo, Pixinguinha, na Travessa do Ouvidor, Centro,  na clássica cena do corpo curvado e o saxofone e seus sons, Renato Russo na Estrada do Galeão, Ilha do Governador, Tim Maia, na Praça Castilhos França, na Tijuca, Cazuza, na Rua Dias Ferreira, Praça Cazuza, Leblon. 

A mais importante e suprema está localizada no Morro do Corcovado, Santa Teresa, com o Senhor onipotente, majestoso, magnânimo, absoluto e Rei dos Reis, o Cristo Redentor, “Braços abertos sobre a Guanabara”. 

Durante o dia, o Calçadão lotado, um festival de raças, credos, idiomas, o mundo passeando sobre o desenho mágico e eterno do calçamento com suas ondas azuis. 

 A multidão trombando, tocando, enroscando, entre acenos, sorrisos e palmas. 

 Corpos em beijos ardentes nas areias escaldantes, no vai e vem das ondas e no balanço do mar. 

Iemanjá, aguardando seus presentes, bebidas, doces, perfumes, vestidos, colares, sandálias e a fé indo ao encontro do bramir do oceano e da santa espuma das águas, agradecendo a devoção e a crença. 

Entretanto a apoteose está sempre preparada para o 31 de Dezembro, à meia noite, com o pipocar dos fogos, suas figuras multicores desenhadas no quadro negro com gizes coloridos no Céu e iluminando a noite sob os gritos, da multidão emocionada e atônita. 

Peço ajuda ao senhor Paulo César Batista de Faria, “Paulinho da Viola, “foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”… 

 P.S. O artigo é em homenagem a Marina Roxo, minha filha querida que ama o Rio. 

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