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Cidades do Vale Histórico e da Fé terão incentivo ao turismo de experiência 

Cidades que integram o Vale Histórico e da Fé, no interior de São Paulo (ver nessa página), serão norteadas em breve por um pacote de ações de estímulo ao fortalecimento da economia criativa pelo turismo de experiências. Lançado No final de novembro, em São José do Barreiro, o Projeto Território Criativo entra na formatação para ser colocado em prática no prazo de um ano, com o objetivo de tornar as atividades locais rentáveis para os pequenos produtores, além de valorizar a riqueza cultural da região. 

Na presença de prefeitos e representantes das 11 cidades do Consórcio Novo Vale, saiba mais sobre o consórcio nessa página, o plano foi apresentado na reunião que também debateu outros assuntos inerentes à promoção turística. A consultoria especializada que tomará frente do projeto fará estudos que nortearão a tomada de decisões. A proposta do plano de território é criar sinergia entre as políticas públicas e os empreendedores. Demanda ação sistêmica dos municípios que integram o Novo Vale. 

“Quando começarmos a construir essa matriz, iremos estabelecer outras conexões entre os empreendimentos regionais, por exemplo, reconhecer uma vocação que está tão enraizada no contexto da cidade que fica imperceptível aos olhos da comunidade. É uma ferramenta para potencializar sinergias entre os setores e políticas públicas”, afirma o presidente do Novo Vale, Lê Braga, prefeito de São José do Barreiro. 

Tesouro 

O tesouro a ser explorado para a economia criativa do turismo no Vale está cravado no capital humano. É esta a percepção trazida por Ana Carla Fonseca, especialista que irá conduzir o Projeto Território Criativo, viabilizado por meio de recursos do Sebrae com um aporte de R$ 800 mil. 

De acordo com Ana, o turismo passa por uma transformação após uma bolha criada pelo ambiente digital e a pandemia. Ela destaca que, atualmente, a experiência e mergulho nas origens de quem faz o turismo acontecer na localidade têm atraído mais o visitante. 

“A partir da década de 90, o impacto das tecnologias digitais traz acesso a tudo o que é de interesse turístico, por outro lado, dificulta também a apresentação nesse mar de inovações. A tendência de uma padronização dos atrativos começa a despertar no turista uma necessidade de buscar o que é natural, singular, humanizado, isto desde produtos do artesanato local, dos alimentos, mas ainda além, ele quer conhecer as pessoas, quer saber da história de quem faz. O viajante hoje sabe que o material tem uma figura humana, uma alma que se transpõe por estes objetos. E a necessidade desta experiência foi potencializada após a pandemia, esta realidade de se conectar cada vez mais ao que é humano”, contextualiza. 

O prefeito de Cruzeiro, Thales Gabriel, afirma que a profissionalização que será trazida pela valorização da economia criativa vai contribuir com o fortalecimento técnico de quem produz as riquezas do Novo Vale. “É uma integração é fundamental para que as cidades estejam envolvidas em um ambiente colaborativo em meio a este processo de desenvolvimento econômico e de ativação da criatividade nos negócios. Para o turista, será notório uma profissionalização entre os serviços, que será mais humanizado e acolhedor. E essa sensação, de estar em casa, também contribui com a economia do município, além da divulgação da boa experiência, com o famoso ‘boca a boca”, avalia. 

 

Expansão e natureza 

Outros assuntos na pauta da reunião do Consórcio Novo Vale também trouxeram avanços para a produção local de alimentos artesanais. Após dois anos de trabalho, ocorreu o lançamento do Selo vinculado ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM), uma iniciativa que abrirá novas oportunidades de mercado para os produtores rurais. Com foco em produtos de origem animal, como queijos e derivados, embutidos, mel, entre outros, o Selo certificará esses produtos, permitindo sua comercialização em todos os municípios pertencentes ao consórcio. 

 “Este é um passo significativo para fortalecer a economia local, fornecendo aos produtores rurais a chance de expandir suas operações e oferecer produtos certificados de alta qualidade em toda a região do consórcio”, afirma Luiz Gustavo Rodrigues de Souza. 

 A restauração de espaços ambientais degradados foi também destaque na reunião. O Consórcio passa a integrar o programa Refloresta SP, do governo paulista. A intenção é abrir as portas para iniciativas como conversão de pastagens degradadas em florestas multifuncionais, sistemas agroflorestais e silvipastoris, além da conservação de vegetação nativa. O proprietário rural engajado nesta causa será bonificado pelo programa de Pagamento por Serviços Ambientais. 

Consórcio Novo Vale 

O Consórcio Novo Vale é uma entidade fundada em 2021 que atua na gestão pública de forma regionalizada, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável em diversas áreas. Atualmente, o consórcio é composto por dez municípios das regiões do Vale Histórico e da Fé, está em fase de adesão de mais 7 municípios, o que ampliará sua representatividade para uma região de aproximadamente 500.000 habitantes. Atua de forma multifinalitária, com ações nas áreas de meio ambiente, turismo, desenvolvimento, saúde e demais setores da gestão pública. 

Confira abaixo as cidades que integram o Vale Histórico e o Vale da Fé no estado de São Paulo. Essas regiões são conhecidas por sua riqueza cultural e histórica, com destaque para os casarios e palacetes da época colonial, além de serem pontos de turismo religioso e histórico. 

 Vale Histórico 

– Arapeí 

– Areias 

– Bananal 

– Cruzeiro 

– Lavrinhas 

– Queluz 

– São José do Barreiro 

– Silveiras 

Vale da Fé 

– Aparecida 

– Cachoeira Paulista 

– Canas 

– Cunha 

– Guaratinguetá 

– Lorena 

– Piquete 

– Potim 

– Roseira 

 

 Cachoeira Paulista 

(Aniello de Vita / Expressão Studio )

Cachoeira Paulista, que integra o Vale da Fé, fica no Vale do Paraíba. A região está repleta de quedas de água, que desaguam no rio Paraíba e por isto, desde sua fundação passou por diversas nomenclaturas relacionadas a este fato, como ainda hoje, Cachoeira Paulista. Guarda em sua história passagens da Revolução Constitucionalista de 1932 e já teve sua economia baseada na cafeicultura. Hoje é uma cidade voltada ao turismo, especialmente o turismo religioso. Recebe mais de um milhão de visitantes ao ano atraídos pela Igreja da Santa Cabeça e pela Canção Nova, ali estabelecida, integrando o Circuito Religioso. A exuberante natureza com suas belas quedas de água, são pontos de atração para o ecoturismo e o turismo de aventura. 

 

Pico dos Marins – Piquete / SP 

( Ken Chu – Expressão Studio )

O Pico dos Marins, em Piquete, outro município do Vale da Fé, é considerado o ponto mais alto do Estado de São Paulo. O visitante pode escalar a atração por trilha ou trekking. O percurso de ida e volta demora em média 8 horas. No pico é possível ter visão panorâmica do Vale do Paraíba, Sul de Minas e serras paulistas. 

 

 

São José do Barreiro / SP  

Localizada aos pés da Serra da Bocaina, a estância turística de São José do Barreiro, Vale Histórico, é um pitoresco lugar agraciado pela natureza, composta por trilhas na mata, cachoeiras, áreas verdes, doces, comida caseira e a hospitalidade característica do interior paulista. Os primeiros indícios de sua história aconteceram por volta do século XVII, quando os tropeiros vindos de Minas Gerais traçaram no local suas rotas de comércio. A região passou a ser chamada de “Barreiro”, devido a ranchos de descanso que abrigavam os tropeiros. No século XVIII, foram construídas inúmeras fazendas para o plantio de café que gerou grande riqueza na região. A emancipação da cidade aconteceu em março de 1859. As imponentes fazendas do café os sobrados e casarões, hoje são marcos da época em que o município ocupou importante lugar na cafeicultura paulista.  

Silveiras / SP 

(Aniello de Vita – Expressão Studio )

Também no Vale Histórico, Silveiras está localizada nas proximidades da antiga estrada São Paulo – Rio de Janeiro (Rodovia dos Tropeiros), sendo área de proteção ambiental. Surgiu em um rancho de tropeiros da família Silveiras na época da expansão do café e foi emancipada a município em 1864. Participou ativamente nas Revoluções Liberal em 1842 e Constitucionalista em 1932. Quem visita o local vai desfrutar de toda história, das belíssimas paisagens com lindas cachoeiras, do reconhecido clima de montanha proporcionado pela Serra da Bocaina e das lindas trilhas espalhadas pela cidade.  

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