As vendas de veículos zero quilômetro tiveram no mês passado crescimento de 4,3% frente ao volume de novembro de 2022. No total, foram comercializadas 212,6 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Ante outubro, houve queda de 2,4%, mas a variação negativa é explicada pelo calendário com um dia útil a menos no mês passado, quando houve dois feriados nacionais: Finados, no dia 2, e Proclamação da República, o XV de Novembro. Assim como em outubro, o ritmo diário de vendas se manteve acima de dez mil veículos – 10,6 mil unidades precisamente.
O balanço foi divulgado nesta segunda-feira, 4 de dezembro, pela Fenabrave. Restando apenas o resultado de dezembro, o mercado de veículos mostra crescimento de 9,1% no acumulado desde o início do ano, período no qual 2,06 milhões de unidades foram vendidas.
Apesar disso, o número segue atrás do nível de antes da pandemia e da crise de componentes eletrônicos que comprometeu a oferta de carros nas concessionárias. Em 2019, mais de 2,5 milhões de veículos já tinham sido vendidos até novembro.
“Tivemos sinais positivos, como o aumento das vendas diárias, que nos apontam que o resultado teria sido outro se não houvesse esses feriados no mês”, diz o presidente da Fenabrave, José Mauricio Andreta Júnior, ao comentar o desempenho de novembro.
Ele aponta uma melhora no ambiente de crédito para veículos, com taxas de juros mais baixas. Além disso, disse o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, a redução do desemprego pode ter contribuído para destravar o mercado.
“Os bancos passaram a ofertar melhores condições para financiamentos de automóveis e comerciais leves. Pequenas mudanças, como taxas de juros mais atraentes ou uma menor restrição na liberação dos financiamentos, por exemplo, fizeram diferença nos volumes emplacados”, observa Andreta Jr.
Motos – As vendas de motos tiveram crescimento de 5,9% no mês passado, quando comparadas a novembro de 2022. No total, 130,5 mil motos foram vendidas, o que representa uma queda de 5,2% na margem – ou seja, frente a outubro, mês que teve, nacionalmente, um dia a mais de venda.
No acumulado desde o início do ano, 1,45 milhão de motos foram vendidas no país, 17,8% a mais do que nos onze primeiros meses de 2022. O desempenho reflete a expansão dos serviços de entrega (delivery) e a busca dos consumidores por veículos não só mais baratos, mas também mais econômicos no consumo de combustível.
Segundo Andreta Júnior, o resultado do mês passado poderia ser ainda melhor não fosse a seca que dificultou a navegação pelo rio Amazonas e seus afluentes, comprometendo o transporte das motos produzidas no polo industrial de Manaus, onde estão as montadoras.
Conforme o executivo, a restrição de crédito também limita as vendas nos segmentos de até 250 cilindradas. Ainda assim, a Fenabrave frisa que o mercado segue aquecido e com boa possibilidade de superar 1,6 milhão de motocicletas no ano.
“A última vez que quebramos essa barreira foi em 2013, quando o mercado automotivo como um todo vivia um momento bem diferente do atual. Isso prova como a motocicleta se tornou importante para a mobilidade no Brasil”, comenta Andreta Jr.