Tribuna Ribeirão
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Dezembro Vermelho contra a Aids 

Uma chance de conscientizar e combater o HIV/AIDS

André Luiz da Silva *
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Em 5 de junho de 1981, pesquisadores em Atlanta, nos Estados Unidos registraram o primeiro caso de HIV. A doença, que se tornou conhecida como AIDS, rapidamente se espalhou pelo mundo, causando uma epidemia que ainda hoje assombra milhões de pessoas.

No início, o HIV era visto como uma sentença de morte. Não havia tratamento eficaz e a doença, que ataca o sistema imunológico, levava à morte em poucos anos ou meses. O estigma e o preconceito também eram grandes e pessoas vivendo com HIV eram marginalizadas e discriminadas.

Ao longo dos anos, a ciência avançou e o tratamento se tornou mais efetivo. Hoje, as pessoas com HIV podem experimentar uma vida longa e saudável, desde que tomem os medicamentos antirretrovirais regularmente. O Brasil sempre se destacou na pesquisa e tratamento do HIV/Aids e o Ministério da Saúde definiu esse problema de saúde pública como prioridade.

Apenas nos primeiros nove meses de 2023, investiu R$ 1,7 bilhão em medicamentos. Uma das ações é a retomada do tratamento das mais de 140 mil pessoas vivendo com HIV ou aids que foram prejudicadas em 2022 e a recente criação da Comissão Nacional de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, a Cnaids. Outra boa notícia é que em dezembro o Sistema Único de Saúde passa a fornecer um novo remédio que facilita a vida do usuário, evita efeitos colaterais e mantém a carga viral controlada.

Apesar da cobertura de mídia cada vez mais sucinta, a chamada “Mal do Século XX”, continua sendo uma ameaça global ativa, sendo que, em 2022, a cada minuto, uma pessoa morreu em decorrência da AIDS. Cerca de 9,2 milhões de pessoas ainda não têm acesso ao tratamento, incluindo 660 mil crianças vivendo com HIV. Apesar dos avanços, a taxa de detecção de HIV no Brasil é de 15,9 casos por 100.000 habitantes. Uma das causas é o relaxamento das medidas de proteção contra a transmissão. O uso de preservativos, que é a forma mais eficaz de prevenir a doença, tem diminuído nos últimos anos. Também é necessário imunizar-se para hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV, discutir com os parceiros sobre a testagem e testar-se regularmente para HIV e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

Em 1987, o 1º de dezembro foi instituído internacionalmente como o Dia Mundial da Luta contra a Aids. No Brasil a Lei nº 13.504/2017 instituiu a campanha nacional de prevenção ao HIV/AIDS e outras ISTs denominada Dezembro Vermelho que chama a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas. Algumas ações neste período são a iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha, promoção de palestras e atividades educativas, veiculação de campanhas de mídia e realização de eventos.

Os avanços da medicina não foram suficientes para acabar com o estigma e o preconceito associados ao HIV/AIDS. Ainda hoje, muita gente tem medo de se relacionar com pessoas vivendo com HIV sendo importante informar que o vírus não é transmitido por contato casual, como aperto de mão, abraço ou beijo.

A luta contra o HIV/AIDS/IST é permanente, o governo deve continuar investindo em pesquisas e políticas públicas, a população precisa se prevenir e participar de campanhas de conscientização sobre a doença.

* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista 

 

 

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