Tribuna Ribeirão
DestaqueGeral

Nove de Julho: segunda colocada pode assumir obras  

Motivo foi o atraso das obras pela construtora Metropolitana vencedora da licitação, prefeitura planeja chamar segunda colocada (Alfredo Risk)

Levantamento do Tribuna junto a fontes ligadas ao governo Duarte Nogueira (PSDB) indica que a prefeitura de Ribeirão Preto tem um “Plano B” para as obras de revitalização, restauro e construção de corredor de ônibus na centenária avenida Nove de Julho, caso a Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, desista dos trabalhos ou tenha o contrato rescindido pela administração municipal.  
 
Segundo os interlocutores ouvidos pela reportagem em condição de anonimato, a probabilidade de isso acontecer aumentou nos últimos dias. Segundo essas fontes, a possibilidade de rescisão contratual foi motivada pelos sucessivos atrasos no primeiro trecho de obras, entre as ruas São José e Comandante Marcondes Salgado.   
 
Caso a prefeitura e a Construtora Metropolitana não cheguem a um acordo que satisfaça todos os envolvidos, a solução será o rompimento do contrato e a convocação da Rual Construções e Comércio Ltda., de São Paulo, segunda colocada na concorrência pública realizada em 15 de maio do ano passado.  
 
No certame, a Rual ofereceu R$ 32.756.792,80 contra R$ 31.132.101,77 ofertados pela Construtora Metropolitana, que venceu a concorrência. A Rual construiu o túnel José Bonifácio de Andrada e Silva. A empresa chegou a interpor recurso contra a decisão da Comissão de Licitação que deu a vitória à Metropolitana na licitação da Nove de Julho.  
 
Porém, no dia 26 de abril do ano passado, o recurso foi negado. A previsão inicial de conclusão das obras no trecho da Nove de Julho era para o final de setembro, depois ganhou mais 45 dias de fôlego e passou para 6 de novembro, mas nesta terça-feira (14), o serviço ainda estava longe de ser finalizado.  
 
Em 26 de outubro, a empresa afirmou, em nota distribuída à imprensa, que a descoberta de galerias pluviais dutos subterrâneos para captação e escoamento de água não mapeadas anteriormente forçou uma nova análise do projeto original. 
 
Também estão sendo instaladas galerias pluviais em 1,3 quilômetro de extensão, com 1,5 metro por 1,5 m de diâmetro em 14 quarteirões das ruas São José e Marcondes Salgado. Deverão interligar a avenida Nove de Julho até o córrego Retiro Saudoso, na Doutor Francisco Junqueira.  As obras serão feitas de dois em dois quarteirões.  
 
Por causa dos atrasos e do reduzido número de operários que estariam trabalhando nas obras cerca de doze ante 25 estabelecidos no contrato , a construtora já foi notificada cinco vezes pela prefeitura desde o início dos trabalhos, em 20 de junho.  
 
Em nota enviada ao Tribuna, a construtora afirma que as obras não estão paralisadas. “Porém, em razão da presença de galerias pluviais recém-descobertas, não mapeadas inicialmente na licitação, o projeto original está sendo reanalisado para adotar a melhor solução junto à prefeitura de Ribeirão Preto”, diz a nota. O prazo previsto em contrato para o fim dos serviços é de doze meses, em junho do próximo ano. 
 
Segundo a apuração do Tribuna, devido a problemas técnicos não previstos no projeto inicial, os custos das obras irão ultrapassar o valor original do contrato.  Além da galeria não mapeada, outro obstáculo é a profundidade da rede de esgoto na avenida e nas ruas que passarão por obras. 
 
Em média, deveriam estar a dois metros de profundidade, mas teriam sido encontradas a cerca de seis metros. Esses problemas exigem, além de mão de obra especializada, estrutura e maquinários específicos. Ou seja, gastos não previstos inicialmente que podem elevar o valor do serviço. 
 
Questionada sobre o possível abandono das obras, a Construtora Metropolitana repetiu o discurso de que o atraso foi motivado por problemas imprevistos. “O fato se deve à uma situação imprevista, já amplamente divulgada, motivada pela existência de uma galeria pluvial histórica, não mapeada no projeto executivo original e que impacta no andamento da obra”, diz em nota.  
 
Por isso, o plano inicial previsto para a avenida Nove de Julho está sendo revisto em conjunto com o contratante”, diz a nota enviada, nesta terça-feira, ao Tribuna. Já a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Obras Públicas, ressalta que está cobrando da empresa a conclusão da obra e que estuda aplicação de penalidades.  
 
“As penalidades que a construtora pode sofrer, por causa do atraso da entrega do primeiro trecho da avenida Nove de julho, estão em análise pela secretaria de Obras Públicas. A secretaria de Obras informa ainda, que caso seja necessário, a prefeitura de Ribeirão Preto poderá romper o contrato com a empresa”, diz o texto.  
 
O vereador Elizeu Rocha (PP), presidente da Comissão de Planejamento e Obras da Câmara de Ribeirão Preto, ameaça criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os motivos do atraso nas obras de revitalização, restauro e construção de corredor de ônibus na centenária avenida Nove de Julho. Vai depender da permanência da Construtora Metropolitana frente aos trabalhos. 
 

Postagens relacionadas

‘Político não pode forçar situação para se tornar candidato’

Redação 1

Cápsula do tempo do Daerp guardará documentos por 50 anos

Redação

VÍDEO – Caminhão com tijolos tomba na região

Luque

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com