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Bosque solta mais 26 animais silvestres

Dentre esses 26 animais, destaca-se a história de um gato-do-mato pequeno (Leopardus tigrinus), que deu entrada ainda filhote no mês de setembro (Divulgação)  

O Hospital Veterinário do Bosque Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, conta com uma ampla estrutura e equipe multidisciplinar para o atendimento completo de animais silvestres vitimizados na região. Nesta terça-feira, 7 de novembro, ocorreu a soltura de 26 animais reabilitados nos municípios de Descalvado e Matão. 
 
A autorização de soltura foi emitida pelo Departamento de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (Defau) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). No ano passado, mais de 1.700 animais tiveram atendimento no hospital veterinário, média de quatro bichos feridos por dia, um a cada seis horas.  
 
Neste ano, são 645, média de aproximadamente um a cada 11h30. Nesta terça-feira, foram soltos uma corujaorelhuda, um gaviãocarijó, dois periquitosdoencontroamarelo, uma corujaburaqueira, uma corujinhadomato, 15 maritacas, duas corujassuindaras, um anu-branco, um papagaio-verdadeiro e um gatodomato. 
 
Dentre esses 26 animais, destaca-se a história de um gato-do-mato pequeno (Leopardus tigrinus), que deu entrada ainda filhote no mês de setembro de 2022, por meio da Polícia Militar Ambiental. O animal foi encontrado em uma fazenda no município de Cajuru e foi reabilitado no Zoológico de Ribeirão Preto. 
 
Quando definimos que o animal deve ir para a reintrodução, temos que evitar ao máxim
o a humanização, situação difícil principalmente com os mamíferos. Procuramos fazer com que o animal se alimente e se locomova procurando abrigo sozinho. Também estimulamos que o animal possa a interagir com indivíduos de sua espécie”, destaca o biólogo Otávio Almeida.
 
 
O zootecnista Alexandre Gouvêa enfatiza “que o manejo alimentar e nutricional de filhotes de mamíferos silvestres preconiza não oferecer leite da forma ad libtum (à vontade), mesmo porque em ambiente natural não é dessa maneira. A mãe em ambiente natural deixa os filhotes em tocas, e saem para forragear durante a noite, já que são predominantemente noturnos”, diz.  
 
Além disso, como os leites de diferentes espécies apresentam composições variadas de proteínas e gorduras é necessária atenção na escolha do sucedâneo. Em relação ao filhote de gato do mato, tivemos que suplementar com outros ingredientes, por exemplo, para aumentar a quantidade de gordura e proteína”. 
 
Após laudos de exames biológicos e veterinários, o animal foi identificado com a utilização de um microchip e será destinado à soltura em Descalvado. O protocolo básico de recepção de animais envolve uma equipe multidisciplinar com a atuação integrada de profissionais da área de zootecnia para o manejo alimentar; biologia com manejo comportamental e interação com outros animais; e setor de veterinária com a parte sanitária.  
 
Os animais silvestres vitimados chegam ao Hospital Veterinário provenientes da ação da fiscalização ambiental, resgates ou entrega voluntária por meio da Guarda Civil Municipal; Corpo de Bombeiros; Polícia Ambiental ou munícipes. Após passar pelo setor de medicina veterinária para a realização de exames, análises laboratoriais e físicas, o animal é encaminhado para o setor de quarentena garantindo a preservação de outros animais. 
 
Dentre os procedimentos adotados pela equipe está a identificação ou marcação através de anilhas ou microchips, avaliação ambulatorial, recuperação nutricional, exames coproparasitológicos, reabilitação, laudos de sanidade, aptidão para soltura e destinação com autorização as Secretaria Estadual de Meio Ambiente. 
 
“É feita a avaliação biológica para verificar se esse animal apresenta o instinto preservado. Caso não seja identificada a necessidade de se manter no zoológico, existe a soltura imediata, prevista em legislação”, explica o biólogo Otávio Almeida.  
 
“Caso o animal necessite de uma reabilitação, como no caso de ter passado por uma cirurgia, ou ser um filhote órfão, é necessário reabilitar esse animal para que ele aprenda a comer, a se desenvolver. Quando ele adquire uma robustez, retorna para a natureza com autorização de soltura feita pelos órgãos competentes estaduais”, detalha o biólogo. 
 
O Bosque Fábio Barreto abre de quarta-feira a domingo. A entrada é gratuita. Fica na rua Liberdade s/nº, no bairro Campos Elíseos. Mais informações podem ser solicitadas pelos telefones (16) 3636-2283 e 3636-2513.    
Conta com um espaço de área verde de 250.880 , onde vivem mais de 700 animais de 180 espécies, entre aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios.  
 
Serviço 
Bosque Zoológico  Municipal Doutor  Fábio Barreto 
Endereço: rua Liberdade  s/nº, Campos Elíseos 
Telefones: (16) 3636-2283  e 3636-2513 
Entrada: gratuita 
Abertura: de quarta-feira a domingo  
Horário: das 9  horas às 16h30 

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