Rosemary Conceição dos Santos*
O Equador é um país sul-americano com capital na cidade de Quito. Possui paisagem natural diversa e economia pautada pela exportação de petróleo. É banhado pelo Oceano Pacífico, com clima variando de quente e úmido ao frio de montanha nos terrenos mais elevados, que correspondem à Cordilheira dos Andes. Parte do seu território integra a Bacia do Amazonas, onde se localiza uma parcela da Floresta Amazônica. Sua população abrange 17.888.000 habitantes, cuja maioria vive nas cidades. Dividido em 24 províncias, o Equador possui o Arquipélago de Galápagos, considerado um refúgio ecológico localizado há aproximadamente 1.000 quilômetros do litoral, constituído por 58 ilhas, das quais somente quatro são ocupadas por homens. Nessas ilhas é possível encontrar uma rica biodiversidade, além de abrigar animais endêmicos como as tartarugas dos Galápagos que possui 1,80 m de comprimento, chegando a pesar 225 kg e a viver até os 150 anos. O lugar atraiu centenas de pesquisadores por ser considerado um grande laboratório biológico. O conjunto de ilhas do arquipélago é formado a partir de manifestações vulcânicas que surgiram há cerca de 5 milhões de anos. Provavelmente os animais chegaram ao arquipélago e, no decorrer do longo processo evolutivo e de outros fatores determinantes, como as barreiras impostas pela biogeografia, derivaram seres vivos particulares, que são encontrados somente em determinadas ilhas, uma vez que o isolamento geográfico impediu que houvesse troca genética entre os seres. As ilhas Galápagos atraíram importantes estudiosos, especialmente o naturalista Charles Darwin que, a partir das observações feitas no lugar, desenvolveu algumas teorias, além de servir como base para elaboração de obras como “A viagem do Beagle” e “A origem das espécies”. Atualmente é um Patrimônio Natural da UNESCO.
Tendo o presidencialismo como forma de governo, o Equador tem sua economia baseada na exportação de petróleo e de recursos minerais, sendo considerado como emergente ou em desenvolvimento. Guaiaquil e Quito são suas duas maiores cidades, respectivamente com 3 milhões e 1,8 milhão de habitantes. Historicamente, o país integrou o Império Inca e foi colônia da Espanha, passando, em 1822, a integrar o território independente da Grão-Colômbia, do qual se separou em 1830. Sua história, portanto, sendo marcada por grande instabilidade política, golpes pelo poder e mudanças na Constituição do país. Apresentando rica cultura, de influência recebida pelos primeiros povos andinos, bem como, pelos africanos e também pelos espanhóis, o principal idioma falado no país é o espanhol, seguido de línguas locais, como o quíchua. Tendo por moeda o dólar estadunidense, a maioria da população equatoriana é de origem mestiça, composta ainda por diversas outras etnias, como os povos montúbios, os afro-equatorianos e os indígenas. O vestuário equatoriano varia de acordo com a população ou etnia, com vestimentas cotidianas e outras especiais, para serem usadas em festivais ou datas de grande importância para cultura e tradição local. De trabalhos artísticos manuais muito conhecidos, confeccionados em madeira, couro e tecidos, estes são ricos em detalhes e apresentados em cores vibrantes. Na música, apresenta gêneros que variam do pasillo à tecnocumbia. Dentre as religiões presentes no país, 68,8% são católicos, 15,4% são evangélicos, 1,2% são adventistas, 1% são testemunhas de Jeová, 2,7% são ateus, agnósticos e outros e 10% afirma não pertencer a nenhuma religião. Banhado pelo Oceano Pacífico, o território equatoriano estabelece fronteiras terrestres com outros dois países, a saber, a Colômbia, ao norte, e o Peru, a leste e ao sul. O país apresenta uma densa rede de drenagem, que flui em direção ao Pacífico e à Bacia do Amazonas. Entre os principais rios que banham o território equatoriano estão o Mañarón, que nasce no Peru e dá origem ao rio Solimões, no Brasil, e o rio Guaias, que percorre o oeste do Equador. Sua indústria ainda é bastante dependente do extrativismo mineral e da agropecuária, em que se destaca na produção de itens como cana-de-açúcar, bananas, cacau, café e milho.
A literatura equatoriana caracterizou-se por ser essencialmente costumbrista e, em general, muito unida aos acontecimentos exclusivamente nacionais, com narrações que permitem vislumbrar como é e se desenvolve a vida do cidadão comum e corrente. O escritor mais famoso do país é Jorge Icaza, com sua novela “Huasipungo”, que trata da exploração e sofrimento indigenas nas fazendas serranas. Outros escritores equatorianos têm conseguido ser mediamente conhecidos no contexto internacional, especialmente nos países hispanohablantes ou iberoamericanos. Entre estes temos a Juan Montalvo, José da Quadra, Joaquín Galegos Lara, Pablo Palácio, Demetrio Aguilera Malta, Alfredo Casal Diezcanseco, Adalberto Ortiz, Nelson Estupiñán Bass, Francisco Tobar García, Alfonso Rumazo González, Lupe Rumazo, Nela Martínez Espinosa, Alicia Yánez Cossío, José Martínez Queirolo, Javier Vásconez, Miguel Donoso Casal, Jorge Enrique Adoum, Carlos Carrión, Agustín Gruta, Eliécer Cárdenas, María Fernanda Espinosa, Fanny Carrión de Fierro e Edna Turralde, entre outros. A literatura equatoriana está vivendo um momento de fertilidade inusitado nos últimos anos”, escreve o crítico literário espanhol Carlos Ferrer, em seu recente ensaio “Ecuador en corto – Antologia de relatos ecuatorianos” (Prensa de la Universidad de Zaragoza). Para isso, diz o especialista, contribuíram o surgimento de pequenas editoras independentes, de cursos universitários de escrita criativa, dos clubes de leitura.