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Júri do caso Joaquim termina hoje

Adalberto Luque 
 
O quinto dia de julgamento de Guilherme Raymo Longo e Natália Mingoni Ponte, padrasto e mãe de Joaquim Ponte Marques, morto aos três anos, em 5 de novembro de 2013, foi marcado pelo depoimento dos réus. Ela acusou o ex-companheiro pela morte do menino. Assim como já havia ocorrido anteontem (19), a sessão de interrogatório de testemunhas foi rápida.  
 
O júri é comandado pelo juiz José Roberto Bernardi Liberal. Ao todo, nove testemunhas focam convocadas, entre elas a psicóloga Daniela Zeotti, que teria traçado um perfil psicológico dos réus Guilherme Longo e Natália Pontes quando foram presos, em 2013. Todavia, acabou dispensada do depoimento. 
 
Todas as nove testemunhas foram indicadas pela defesa de Natália Ponte. Uma delas, a fundadora da Associação PróDiabéticos de Ribeirão Preto, Adriana Jorge de Souza, teria dito em depoimento que a psicóloga demonstrava ter cuidado com o filho Joaquim, que seria uma ótima mãe e a deixaria cuidar do filho dela se fosse diabético. 
 
Foram ouvidos os peritos Gustavo Teixeira Cordeiro e Fernando César Afeto Neres; a perita em toxicologia do Instituto de Criminalística, Camila Delanese Guedes; os médicos legistas Maria Luiza Almeida Prado Oliveira e Souza e Márcio Henrique Carvalho Grade; a psicóloga Fabiana Comochia de Souza e a amiga de Natália Ponte, Letícia Santini Nunes.  
 
Após a pausa para o almoço, a defesa de Natália Ponte pediu um pequeno recesso ao juiz para orientar a ré. Depois, começou o interrogatório da mãe de Joaquim Ponte Marques. A psicóloga afirmou que Guilherme Longo matou a criança. Esta é a primeira vez que ela acusa o ex-companheiro de assassinar o filho. 
 
Diz que Longo aplicou uma alta dose de insulina no menino e depois jogou o corpo em um córrego. Ela respondeu a outras as perguntas formuladas por seu defensor, Nathan Castelo Branco, pelo juiz José Roberto Bernardi Liberal, pelo advogado de Longo, Antônio Carlos de Oliveira, pelo promotor Marcus Túlio Nicolino e pelo assistente de acusação, Alexandre Durante. Guilherme Longo depôs em seguida e tentou explicar que não matou Joaquim. A defesa diz que cabe à acusação apresentar provas de que seu cliente aplicou uma dose exagerada de insulina no garoto. O depoimento dele invadiu a noite.  
 
Último diaNeste sábado (21), deve sair a sentença. A partir das dez horas, começa a última sessão do julgamento. Será a sustentação oral feita pelos dois advogados de defesa, pelo promotor e pelo assistente de acusação. É o momento em que cada parte vai expor sua tese, tentando sensibilizar os jurados, convencendo da culpa ou da inocência dos réus. 
 
O júri é formado por sete pessoas da sociedade escolhidas por sorteio entre 25. O do caso do Menino Joaquim é formado por quatro mulheres e três homens. Segundo informações, as mulheres são duas estudantes, uma governanta e uma recepcionista. Entre os homens está um empresário e um metalúrgico. O terceiro não teve a profissão revelada. 
 
Após as sustentações orais, que podem ser sucedidas de réplica e tréplica, o júri se reúne para as deliberações finais. Eles devem responder, individualmente, se Natália e Guilherme são inocentes ou não. Se considerarem culpados, precisam responder se em todos os quesitos determinados pelo juiz ou apenas parcialmente.  
 
Depois deste processo, o juiz convoca novamente a sessão e o júri apresenta o resultado. Então José Roberto Bernardi Liberal vai determinar a sentença do julgamento mais importante da história de Ribeirão Preto e, em caso de condenação, definir a pena a ser cumprida. 
 
O caso Joaquim – A psicóloga Natália Ponte e o técnico em informática Guilherme Longo tinham 27 anos quando o menino Joaquim desapareceu da casa onde a família morava, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto, em 5 de novembro de 2013. Hoje, ambos têm 38 anos. O corpo da criança foi encontrado cinco dias depois no Rio Pardo, em Barretos, a 100 quilômetros de distância. 
 
Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Longo assassinou o menino com uma superdose de insulina, já que Joaquim era diabético. O casal tem um filho de 10 anos. Natália se casou novamente e é mãe de um casal de gêmeos de um ano. Mora em São Joaquim da Barra (SP).  
 
O promotor Marcus Túlio Nicolino acusa Longo de ter jogado o corpo no córrego próximo à casa onde moravam. O padrasto obteve liberdade em 2014 e acabou, tempos depois,
fugindo para a Espanha, onde foi encontrado e
extraditado. Ele responde por homicídio qualificado. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pede pena máxima para ele. Natália é acusada de omissão.
 
 

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