Por: Adalberto Luque
O terceiro dia do julgamento de Guilherme Longo e Natália Ponte foi marcado por um dos depoimentos mais esperados no embate entre defesa e acusação: o do delegado Paulo Henrique Martins Castro, que conduziu as investigações e relatou o inquérito ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). A sessão começou, pontualmente, às 10h00 desta quarta-feira (18).
Na época, Castro denunciou somente Guilherme Longo. Em seu trabalho ele concluiu que Natália não teria sido omissa e é justamente isso que a defesa da mãe de Joaquim Ponte Marques deve usar como uma das principais armas para garantir a absolvição da ré. Natália foi denunciada pela promotoria, numa fase mais adiantada do processo.
No início das investigações, após conversar com os investigadores que apuravam, inicialmente o sumiço, posteriormente a morte do garoto, Castro chegou a pedir mandado de prisão preventiva contra o casal, que naquele momento foi negado.
O delegado, hoje aposentado, chegou ao Fórum por volta de 09h15 e foi direto para a sala onde as testemunhas aguardam para depor, ao lado do Plenário do Júri. Não falou com a imprensa. Foi o primeiro a depor neste terceiro dia quando, por cerca de 50 minutos, explicou aos jurados seu trabalho no caso.
Ao sair, limitou-se a dizer que após ter relatado o inquérito, não teve mais contato algum e manteve tudo o que foi citado à época. Ainda pela manhã também foram ouvidos a tia de Longo, Lúcia Maria Marcon Raymo Passarello e os pais de Natália, Vicente de Paulo Silveira Ponte e Maria Cristina Mingoni Ponte. Havia uma expectativa de que eles prestassem depoimento através de videoconferência, mas ambos foram presencialmente e chegaram ao fórum acompanhados da filha Natália. Todos os oito jurados do dia foram presencialmente ao Fórum.
Após depoimento do pai de Natália, o juiz José Roberto Bernardi Liberal determinou uma pausa para almoço. A sessão foi reiniciada por volta de 14h30 com o depoimento da mãe adotiva de Longo, Augusta Aparecida Raymo Longo.
Dimas, pai adotivo de Longo e que depôs nesta terça-feira (17), acompanhou o julgamento no seu terceiro dia de sessão, assim como Arthur Paes Marques, pai de Joaquim e que prestou depoimento no primeiro dia do júri. Marques foi ao Fórum acompanhado pelo advogado Alexandre Durante, assistente de acusação. Os jurados ainda ouviriam os depoimentos de Leandro de Paula Almeida, vizinho do casal à época do crime; Gustavo Calixto Bianchini, amigo de Longo e do empregador do réu à época, Jader da Fonseca Maciel Pinto.
Quarto dia
Para o quarto dia, nesta quinta-feira (19), mais sete testemunhas citadas pela defesa deverão prestar depoimento. As testemunhas convocadas são: o pediatra Aziz Elias Esper; o psiquiatra Cristiano Cardoso Moura; o pediatra Gustavo da Silveira Orsi; o perito criminal Júlio de Carvalho Ponce; o médico legista e diretor do IML de Barretos à época, Maurício Moretto; a professora de Joaquim, Natália Fernanda de Gaetani e o perito Marcos Teixeira César.