O papa Francisco sugeriu que pode haver formas de abençoar as uniões do mesmo sexo, respondendo a cinco cardeais conservadores que o desafiaram a afirmar o que ensina a Igreja Católica sobre a homossexualidade antes de um grande encontro em que os católicos LGBT+ estão na agenda.
O Vaticano publicou na segunda-feira, 2 de outubro, uma carta que o papa Francisco escreveu aos cardeais em 11 de julho, depois de receber deles uma lista de cinco perguntas, ou “dubia“, um dia antes. Nela, o pontífice sugere que tais bênçãos poderiam ser estudadas se não a confundissem com o casamento sacramental.
O Vaticano afirma que o casamento é uma união indissolúvel entre homem e mulher. Como resultado, há muitos que se opõem ao casamento gay. Mas até o papa Francisco manifestou apoio às leis civis que estendem os benefícios legais aos cônjuges do mesmo sexo, e os padres católicos em partes da Europa têm abençoado as uniões do mesmo sexo sem a censura do Vaticano.
A resposta do papa aos cardeais, no entanto, marca uma inversão da atual posição oficial do Vaticano. Numa nota explicativa de 2021, a Congregação para a Doutrina da Fé declarou categoricamente que a Igreja não poderia abençoar as uniões homossexuais porque “Deus não pode abençoar o pecado”.
Na sua nova carta, o papa Francisco reiterou que o matrimônio é a união entre um homem e uma mulher. Mas respondendo à pergunta dos cardeais sobre as uniões homossexuais e as bênçãos, ele disse que a “caridade pastoral” requer paciência e compreensão e que, independentemente disso, os padres não podem se tornar juízes “que apenas negam, rejeitam e excluem”.