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Rita Lee ganha tributo na USP 

Quatro meses após sua partida, em maio deste ano, a rainha do rock brasileiro, Rita Lee, ganha um tributo produzido por músicos de Ribeirão Preto. Percorrendo várias fases da carreira de mais de 50 anos da cantora paulistana, o projeto “Santa Rita Tributo” terá show de lançamento para o público em geral nesta quinta-feira, 28 de setembro, a partir das 19h30, com entrada gratuita.

Será no Espaço Cultural e de Extensão Universitária da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Eceu-USP), na avenida Nove de Julho nº 980, Jardim Sumaré, Zona Sul. O “Santa Rita Tributo” é formado pela cantora Alessandra Freire, Sandro Resende e Evandro Grili nas guitarras, Eduardo de Lucca no contrabaixo, e Victor Grili na bateria.

A cantora, compositora e multi-instrumentista Rita Lee morreu aos 75 anos, em 8 de maio, em casa, em São Paulo, vítima de câncer no pulmão. A banda tem a mesma base de “Somos Tão Jovens – Tributo Legião”, feito a outro grande nome do rock nacional, a Legião Urbana, e que já se apresentou em diversos palcos pelo país.

“Esses ícones da música brasileira, como Cazuza, Renato Russo e Rita Lee, conseguiram, com suas obras, entrar no inconsciente coletivo. Suas mensagens viraram até elemento de formação das pessoas como seres humanos, como cidadãos, como alguém que se posiciona frente a determinados temas”, analisa Evandro Grili, guitarrista e fã assumido da cantora.

A cantora Alessandra Freire, vocalista do tributo, aponta a relevância das canções de Rita Lee na MPB e destaca a influência da artista para os fãs. “Ela fez aberturas de novelas, músicas em ritmo de carnaval, de rock, de bolero. A Rita Lee é uma enciclopédia de A a Z e sempre teve um público eclético, livre de preconceitos”.

Os músicos do projeto se preparam para a estreia nos palcos e afirmam que os ensaios são pura diversão. “Poder estar com amigos, fazendo o que se gosta, tocando músicas que fazem parte de nossa vida, é muito especial. A gente volta a ter 18, 20 anos e isso é o melhor de tudo”, comemora Alessandra.

Escolha do repertório – Com carreira artística iniciada na metade dos anos 1960, Rita Lee Jones (1947-2023) deixou uma coleção de mais de 300 músicas de sua autoria ao longo de sua trajetória, seja acompanhada pelos Mutantes, pela banda Tutti Frutti ou na extensa parceria com Roberto de Carvalho. Dentro de um repertório tão amplo e diverso, nada melhor do que recorrer à tecnologia para ajudar na escolha.

“Claro que temos nossas preferidas, que não faltam em qualquer playlist da Rita Lee, como ‘Chega Mais’, ‘Lança Perfume’, ‘Saúde”, ‘Agora só Falta Você’ e tantas outras, mas também recorremos à inteligência artificial para entender quais são as 20 músicas dela mais tocadas em rádios e plataformas de streaming, aquelas de maior ligação com o público e, assim, as inteligências humana e artificial se cruzaram, resultando em um repertório que agrada a todos os fãs”, comenta o guitarrista

Ele ainda explica a origem do nome “Santa Rita Tributo”:  “Essa é uma postura irreverente de nossa parte, que tem tudo a ver com a irreverência que também marcou a vida da Rita Lee, pelos seus posicionamentos, sua presença em um cenário musical predominantemente masculino e tudo aquilo que ela sempre falou, mostrando que, de santa, ela não tinha nada, apesar de toda a sua santidade rock´n roll!”, finaliza Grili.

Quem foi Rita Lee – Rita Lee Jones de Carvalho era capricorniana (signos lhe valiam mais do que religião) de 31 de dezembro de 1947. Cantora, compositora, atriz e mais tardiamente escritora, ela tinha ascendência norte-americana e italiana. A chamada “Rainha do Rock” chegou a vender algo como 55 milhões de discos, ficando atrás apenas de Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nelson Gonçalves.

Lançou 40 álbuns, seis com Os Mutantes e outros 34 com a banda Tutti Frutti de Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci e o marido Roberto de Carvalho. Registrou 315 canções, muitas em parceria. Sua transmutação artística, nada arquitetada, foi um dos movimentos mais bem sucedidos de seu meio.

Surgida na psicodelia tropicalista ao lado de Os Mutantes (1966-1972), de Sergio Dias e Arnaldo Baptista, Rita Lee migrou para um rock and roll mais ortodoxo no passo seguinte, ao lado do grupo Tutti Frutti (1973-1978), banda com a qual gravou quatro álbuns icônicos: “Atrás do Porto Tem Uma Cidade” (1974), “Fruto Proibido” (1975), “Entradas e Bandeiras” (1976) e “Bailônia” (1978).

Em seguida, partiu para um som mais radiofônico, pop e latinizado com Roberto de Carvalho. Com isso, abriu três frentes distintas e poderosas de público, não necessariamente complementares. Há os fãs da Rita seminal de Os Mutantes, os fãs da Rita rock raiz e os fãs da Rita de Roberto. E há os fãs de todas as Ritas.

Para saber o que ela pensava, no amor e fora dele, basta ouvir canções como “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Agora Só Falta Você”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Amor e Sexo”, “Reza”, “Menino Bonito”, “Flagra” ou “Doce Vampiro”, entre muitas outras que se tornaram temas de novela, comerciais e hits de rádio FM.

Serviço
Show: “Santa  Rita Tributo”  Com: Alessandra Freire, Sandro Resende, Evandro Grili, Eduardo de Lucca e Victor Grili
Quando: quinta-feira, 28 de setembro
Onde: Espaço Cultural e de Extensão Universitária
Endereço: avenida Nove de Julho nº 980, Jardim  Sumaré
Horário: às 19h30
Entrada: gratuita
Classificação: livre
Informações: (16) 3315 0695  (Eceu) e (14) 98804-6360 (Brecha Cultural)
Instagram: @santarita_tributo 

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