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O Chile e sua literatura (34): Ariel Dorfman 

Rosemary Conceição dos Santos* 

De acordo com especialistas, Ariel Dorfman (1942 – ), escritor, dramaturgo, poeta e professor de origem chilena, há várias décadas radicado nos Estados Unidos, nasceu na Argentina, indo morar no Chile em 1954, onde viveu até o golpe de 1973. Quando do golpe, derrubada do regime democrático do Chile em 1973 por Augusto Pinochet), Dorfman era assessor cultural do governo de Allende, indo, logo em seguida, para o exílio, passando por França, Holanda e Estados Unidos, onde vive até hoje. Considerado um dos maiores intelectuais contemporâneos da América Latina, trouxe o Chile consigo em diversas de suas obras literárias que trataram da realidade do país, quando este se encontrava sob uma ditadura que duraria 17 anos. Aluno e Professor na Universidade do Chile, casou-se com uma chilena em 1966, tornando-se cidadão chileno em 1967. Entre 1968 e 1969, fez pós-graduação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, retornando, findo o curso, para o Chile. Desde a restauração da democracia no Chile, em 1990, ele e sua esposa tem dividido seu tempo entre Santiago e os Estados Unidos. No período de 1970 a 1973, o autor foi conselheiro cultural do Presidente Salvador Allende, período em que foi crítico do imperialismo cultural norte-americano. Desde 1985, Dorfman ensina na Universidade de Duke, onde é atualmente professor-pesquisador de Literatura da cátedra Walter Hines Page e professor de Estudos latino-Americanos. 

Estudiosos afirmam que sua obra traz desde os horrores da tirania às provações do exílio. Em uma entrevista na BOMBA de Revista, Dorfman disse, “eu estou constantemente tentando descobrir como você pode ser fiel a uma experiência que, na verdade, muito poucas pessoas no mundo poderiam compreender, tais como ver a maioria de seus amigos desaparecer ou ser torturada, e ao mesmo tempo encontrar uma maneira de contar a história para que outras pessoas em outros lugares possam ler suas próprias vidas nisso.” Sua peça mais famosa , A Morte e a Donzela, descreve o encontro de uma antiga vítima de tortura com o homem que ela acreditava tê-la torturado. Foi adaptada para um filme em 1994 por Roman Polanski. Dorfman identificou a “brusca, dolorosa transição chilena para a democracia” como o tema central de A Morte e a Donzela. A peça foi reencenada em seu aniversário de 20 anos na temporada 2011-2012 do Harold Pinter, Theatre no West End de Londres. Sua tese sobre o absurdo, em peças de Harold Pinter, foi publicada em espanhol como “El absurdo entre quatro paredes: el teatro de Harold Pinter” (O absurdo entre quatro paredes: o teatro de Harold Pinter) pela Editorial Universitaria, em Santiago, Chile, em 1968. Pinter, mais tarde, tornou-se amigo pessoal, bem como uma influência no trabalho e pensamento político de Dorfman. Imprimindo em “Viudas”, um texto, no formato de novela, escrito por Ariel Dorfman e publicado pela primeira vez em 1981, seus pensamentos e anseios, que carrega consigo desde o seu exílio, traz em seu texto a luta de familiares de mortos e desaparecidos para terem o direito de saber o que aconteceu com seus entes e receberem seus restos mortais. Suas palavras sobre o assunto? 

Como se puede apreciar, el pueblo en el que se desarrolla la historia, aun teniendo nombre, es un lugar que podría pertenecer a cualquier país hispanoamericano. Si la falta de una concreta localización por una parte depende como ya se ha dicho, de la voluntad de universalizar la historia, por otra parte también tiene como objetivo crear un espacio mítico adecuado a una narración épica. Ainda segundo especialistas, “a história de Viudas se passa em um pequeno povoado chamado Camacho, que fica às margens de um rio onde mulheres lavam roupas. Todos os homens do povoado estão desaparecidos, com exceção de uma criança e de um adolescente, Alexis, neto de Sophia, a protagonista. Um dia, ao estarem na margem do rio, as mulheres veem um cadáver. Embora não fosse possível reconhecer seu rosto, Sophia acredita ser de seu pai. A partir daí a história mostra a luta de Sophia para conseguir autorização do tenente da cidade para enterrar seu pai enquanto, com o passar dos dias, outros corpos vão aparecendo e sendo reconhecidos pelas mulheres como de seus familiares. Sophia, que luta contra a ignorância e arbitrariedade, encoraja as outras mulheres a lutarem pelos corpos de seus entes e, consequentemente, recebe uma ameaça do capitão: se ela não parasse de influenciar o povoado, seu neto também desapareceria para sempre”. 

De sua autoria: El absurdo entre cuatro paredes: el teatro de Harold Pinter.” (1968), “Para leer al Pato Donald” (1971),”La rebelión de los conejos mágicos” (1986), “Moros en la costa” (1973), “Viudas” (1981) , “La última canción de Manuel Sendero” (1982), “Patos, elefantes y héroes: La infancia como subdesarrollo” (1985), “Pastel de choclo” (1986), “Máscaras” (1988), “My House Is On Fire”, short stories(1990), “Some Write to the Future: Essays on Contemporary Latin American Fiction”, (1991), “La muerte y la doncella (A morte e a Donzela )” (1991), “Konfidenz” (1994), “Reader,” (drama, 1995), “Rumbo al Sur, deseando el Norte (Rumo ao Sul, Desejando o Norte/Uma Vida em Trânsito), 1998, “La Nana y el Iceberg” (1999), “The Resistance Trilogy (Death and the Maiden, Widows, Reader) (1998), “Más allá del miedo: El largo adiós a Pinochet (O longo adeus a Pinochet” (2002), “Terapia(2001”, “In Case of Fire in a Foreign Land: New and Collected Poems from Two Languages” (2002), “Otros septiembres” (2004), “Manifesto for Another World: Voices from Beyond the Dark” (2004), “Desert Memories: Journeys through the Chilean North” (2004)”, “Burning City” (2006), “Americanos: Los pasos de Murieta “(2009), “Feeding on Dreams: Confessions of an Unrepentant Exile” (2011). 

 Professora Universitária* 

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