Um levantamento feito pelo Tribuna na avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, principal via de ligação para a Zona Norte de Ribeirão Preto, revela que pelo menos 20 imóveis comerciais estão desocupados e disponíveis para locação ou venda. São edificações variadas, de pequenos a grandes espaços e até um prédio onde funcionava uma igreja evangélica.
Revitalizada pela administração municipal por meio do Programa Ribeirão Mobilidade, a avenida ganhou, em 27 de outubro do ano passado, um corredor de ônibus com 5,53 quilômetros de extensão, contemplando ainda as avenidas Fábio Barreto, Marechal Costa e Silva, Capitão Salomão e Luiz Galvão Cezar, até a rotatória Alceu Paiva Arantes, no Planalto Verde.
Com o novo equipamento, o estacionamento na avenida foi totalmente proibido. Porém, após reclamação dos comerciantes e da mobilização dos empresários e da Distrital Norte da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), a prefeitura flexibilizou o horário de funcionamento da faixa exclusiva de ônibus.
Permitiu que os motoristas estacionassem na faixa desde que não seja nos horários de picos – de segunda a sexta-feira, das seis às nove horas da manhã, e das 16 às 19 horas. Aos sábados, domingos e feriados não há restrições.
Entretanto, as novas alterações são válidas somente durante a fase de transição, até que a nova rede com novos veículos seja implantada no sistema de transporte urbano. A Acirp apoia o corredor de ônibus, mas afirma que 202 vagas de estacionamento rotativo (Área Azul) para carros foram perdidas, afetando diretamente o comércio local.
Procurada para analisar o total de imóveis para locação, a Acirp afirma que acompanha a dinâmica econômica da avenida. Diz que quando o Programa Ribeirão Mobilidade estiver concluído, fará um estudo para detectar as potencialidades econômicas do local diante da nova realidade viária.
O estudo deverá ser semelhante ao realizado em abril deste ano na avenida do Café. O levantamento foi feito dois anos após a inauguração do corredor de ônibus na Zona Oeste. O objetivo era avaliar os impactos econômicos para os estabelecimentos situados na primeira via contemplada pelo programa.
De acordo com levantamento, a avenida em 2017 contava com 32 comércios, 89 serviços, três instituições (escolas, hospitais, associações ou similares), 58 imóveis residenciais, dois industriais e dez propriedades de uso misto, totalizando 204 atividades. Já em 2022, passou a contar com 31 atividades comerciais, 96 serviços, três institucionais e 48 residenciais, dois industriais e nove de uso misto, caindo para 189, quinze a menos e queda de 7,35%.
Foram observados os imóveis localizados nos dois lados da via e suas finalidades em uma extensão de 2,4 quilômetros. A avaliação foi feita usando a ferramenta Google Street View e teve como base os anos de 2017 e 2022, uma vez que de 2018 a 2020 não existem dados disponíveis do trecho (apenas um quarteirão não foi contabilizado por falta de imagens).
A Acirp emitiu nota para falar sobre a situação da Dom Pedro I. “A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto tem acompanhado de perto as obras de mobilidade urbana no município, especialmente no que tange a alterações da atividade empresarial destes pontos”, diz.
“No caso da avenida Dom Pedro I, importante eixo comercial e de serviços da cidade, planejamos, por meio do Departamento de Relações Institucionais, fazer um balanço dos usos e ocupações pós-obras, nos moldes do que divulgamos em março deste ano sobre a avenida do Café”, explica.
“Para tanto, contudo, precisamos esperar o encerramento das intervenções municipais, incluindo o novo sistema semafórico para a operação completa do corredor de ônibus”, finaliza a Associação Comercial e Industrial no comunicado enviado ao Tribuna.