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Cesta básica recua 5,32%

Foto: Aldredo Risk

A cesta básica em Ribeirão Preto está custando R$ 610,98, queda de 5,32% em relação aos
R$ 645,33 de julho, desconto de R$ 34,35 de acordo com o Índice Mensal divulgado pela
Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) nesta segunda-feira, 28 de
agosto. Foi a segunda retração seguida na cidade.

Em julho, havia recuado 5,05% em relação a junho, quando chegou a R$ 679,67 – abatimento de R$ 34,34 –, mostrando que houve deflação no preço dos alimentos. No sexto mês do ano houve aumento de 1,02% em relação a maio, quando a cesta com os mesmos produtos custava, em média, R$ 672,82. De abril (R$ 649,72) para o mês seguinte, a alta foi de 3,56%, aporte de R$ 23,10.

O levantamento é feito pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp) do Departamento de Relações Jurídicas e Institucionais, braço econômico da entidade, e
não tem caráter fiscalizador.

Com o resultado negativo este mês, a cidade fecha o período de maio a agosto com deflação
acumulada sobre os alimentos de -5,96%, ante -0,67% no trimestre entre maio e julho,
depois de fechar o bimestre maio-junho com inflação acumulada de 4,16%.

Entre os preços coletados, os produtos que apresentaram maior desvio padrão, isto
é, aqueles que tiveram maior variação entre um estabelecimento e outro, foram a carne
de alcatra (R$ 4,83) e o café em pó (R$ 2,59), cujas medidas caíram em relação a julho. Assim

Produtos com maior desvio padrão, aqueles com maior variação entre um estabelecimento
e outro, foram a alcatra (R$ 4,83) e o café em pó (R$ 2,59) como nos meses anteriores, a
variância da carne e do café é devido ao fato de tais produtos serem commodities comercializadas em mercado futuro, de tal forma a serem mais voláteis e suscetíveis a choques e flutuações de preços.

“A inflação sobre os alimentos apresenta uma tendência de queda. Tais dados sinalizam uma dissipação dos choques que a Economia e a oferta de alimentos sofreram com a pandemia”, aponta Livia Piola, analista do IEMB da Acirp. Outros fatores que contribuíram para esse quadro nos supermercados e padarias, de acordo com relatório, foram a redução do preço dos combustíveis; a queda nos valores de grãos e a diminuição da cotação do dólar.

“Os combustíveis baratearam o custo do transporte desses itens até o consumidor.
Além disso, produtos como milho têm tido maior oferta no mercado em função de safras recordes e de uma menor demanda chinesa com o surto da peste suína africana”, afirma Piola. Esses grãos a mais, segundo a pesquisadora, reduziram os gastos com insumos
da pecuária, influenciando o preço final de produtos como carne e laticínios.

“Do mesmo modo, o dólar mais barato incide nos insumos agrícolas importados e
também provoca uma reação em cadeia dos preços finais dos alimentos para o consumidor”,
diz Piola. Entre os treze produtos investigados, todos apresentaram uma diminuição de
preços, exceto o pão francês, a banana nanica e o óleo de soja.

O responsável pelo encarecimento do pãozinho foi o trigo, cujo preço apresentou
grande oscilação nas cotações internacionais com o acirramento do conflito entre Rússia
e Ucrânia. O IEMB é ligado ao Departamento de Relações Jurídicas e Institucionais da
Acirp. O estudo para o índice de agosto foi feito no último dia 13, em onze supermercados e quatro padarias da cidade, sem caráter fiscalizador.

Impacto no consumo
O valor médio da cesta básica em Ribeirão este mês consumiu 50,74% do valor líquido
de um salário mínimo (calculado em R$ 1.220,74 e tendo como base o valor bruto de
R$1.320, sem os 7,52% de descontos da Previdência Social).

O número indica que o trabalhador que recebe esse valor mínimo gasta mais da
metade de seus ganhos para adquirir esse kit mínimo alimentar. Em uma carga de 220
horas semanais, 111,6 horas foram cumpridas apenas para pagar esse consumo.

A carne é o grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas alimentares do ribeirão-
-pretano, representando 36,88% do dispêndio total. Em relação aos demais grupos alimentares, frutas e legumes absorvem 27,51% do orçamento, seguido dos farináceos (21,45%), laticínios (7,03%), leguminosas (4,37%), cereais (1,96%) e óleos (0,8%).

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