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Dia Universal da Declaração de Direitos dos Homens

Em 26 de agosto, comemora-se o Dia Universal da Decla­ração dos Direitos do Homem e do Cidadão, pois foi nesta data que, em 1789, os revolucionários franceses, após promo­verem a Queda da Bastilha e libertar a França de sua monar­quia absoluta, resolveram formalizar as ideias que embasa­vam aquela revolução.

Treze anos antes, os colonos ingleses na América do Norte haviam feito sua revolução, com o surgimento dos Estados Unidos, do presidencialismo, dos três poderes do Estado, ci­tando na Declaração de Independência que “todos os homens são criados como iguais, são dotados pelo Criador com certos direitos inalienáveis, entre os quais estão o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade”.

Durante toda a Idade Média e até final do século XVIII, o povo era desconsiderado. Mandavam o Papa, os reis, os no­bres e os religiosos, que se apoiavam e mantinham entre si as regalias do poder. O povo era completamente marginalizado, não tinha voz, nem influência política.

O primeiro documento que testemunha princípio de redução do poder real é a Magna Carta, de 1215, aceita pelo Rei João Sem Terra, dos ingleses, que, pressionado pelos seus nobres, reduziu parte de seus poderes e abriu caminho para o Parlamentarismo, anos depois. Mas, nesta carta nada se fala ou se concede ao povo.

O surgimento dos burgueses, moradores das cidades, onde exerciam suas práticas artesanais e eram responsáveis pelo comércio, pressiona a obtenção de maior liberdade. Grandes pragas, que assolaram e despovoaram a Europa, contribuíram para o fortalecimento dos moradores das cidades, enfraque­cendo o poder dos nobres e dos reis, abrindo caminho para as duas revoluções citadas.

A Revolução Francesa é mais conhecida e reconhecida pelos brasileiros, mas a Revolução Americana, ocorrida antes, influenciou mais o Brasil, que adotou o sistema presidencia­lista, governos livremente eleitos pelo povo, tripartição dos poderes e eleições periódicas.

Após os horrores da II Guerra Mundial, com a funda­ção da ONU – Organização das Nações Unidas, emitiu-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com poder legislativo sobre os países membros da mesma, que reproduz e atualiza a carta francesa.

Em seus artigos iniciais, a Declaração da ONU estatui:
1. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dig­nidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
2. 2. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direi­tos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distin­ção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Por que é importante termos um dia para comemorar estas declarações, baseando-se no primitivo documento francês? Seriam eles meros instrumentos de sonhadores, que os elaboraram para justificar atos por eles praticados? Seriam documentos cheios de pompa, mas vazios de utilidade?

Na realidade, embora o desejo da ONU não esteja implan­tado inteiramente no mundo e a vontade dos povos longe do ideal de solidariedade, é importante que haja um farol apon­tando aonde se quer chegar, uma direção a ser seguida. Esta é importância da data que se comemora.

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