Tribuna Ribeirão
Justiça

STF decide tornar Zambelli ré

LULA MARQUES/AG.BR.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta sexta-feira, 18 de agosto, para tornar ré a deputada federal Carla Zam­belli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Até o momento, por seis votos a um, o tribunal vota para aceitar denúncia apre­sentada pela Procuradoria­-Geral da República (PGR) contra a parlamentar após o episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perse­guiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após Zambelli e Luan troca­rem provocações durante um ato político no bairro dos Jar­dins, em São Paulo. O julga­mento continua para a tomada dos demais votos. A análise do caso ocorre no plenário virtual do STF, modalidade na qual os ministros inserem os votos em um sistema eletrônico e não há deliberação presencial.

A sessão virtual vai até 21 de agosto. O tribunal é com­posto por onze ministros. Votaram pela aceitação da de­núncia o relator, Gilmar Men­des, e os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Ed­son Fachin, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso. André Mendonça votou pelo envio das acusações para a primeira instância da Justiça.

A maioria segue voto pro­ferido por Gilmar Mendes. O relator entendeu que há indí­cios suficientes para a abertu­ra da ação penal contra Carla Zambelli. “Ainda que a arguida tenha porte de arma, o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensi­vo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode signi­ficar responsabilidade penal”, escreveu Mendes.

Hacker
O hacker Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, apresen­tou à Polícia Federal (PF), nes­ta sexta-feira, 18 de agosto, um áudio que afirma ter recebido de uma assessora da depu­tada federal Carla Zambelli. Segundo o advogado de Del­gatti, Ariovaldo Moreira, na mensagem de voz, enviada por WhatsApp, a assessora trata do pagamento para que o hacker invadisse o sistema do Conse­lho Nacional de Justiça (CNJ).

“Ele [Delgatti] apresen­tou ao delegado que presi­de a investigação um áudio onde esta pessoa, assessora da Zambelli, faz promessa de pagamento”, disse Moreira a jornalistas após a conclu­são do novo depoimento de Delgatti à PF. “Vermelho” já tinha prestado depoimento à PF na quarta-feira (16).

Na ocasião, o hacker afir­mou ter recebido R$ 40 mil da deputada federal Carla Zam­belli para invadir o sistema do CNJ e inserir falsos docu­mentos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, entre eles, um falso mandado de pri­são contra o ministro Alexan­dre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A de­putada nega as acusações.

Internação
Carla Zambelli assistiu de um quarto de hospital o depoi­mento do hacker Walter Del­gatti Neto na CPMI dos Atos Golpistas. Segundo informa­do pela assessoria do DFStar, rede hospitalar em Brasília, a parlamentar se internou na terça-feira, 15 de agosto, com diverticulite.

Zambelli informa que “re­chaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, in­clusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti”. A defesa sustenta ainda que não teve acesso aos autos da inves­tigação conduzida pelo Supre­mo Tribunal Federal e que re­sultou na prisão do hacker.

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