Os preços dos combustíveis já subiram em Ribeirão Preto, no mesmo dia em que a Petrobras reajustou os valores do litro da gasolina e do óleo diesel em suas refinarias. Por mais que os postos e as distribuidoras tentem explicar o repasse imediato, o consumidor ainda procura entender por que as quedas levam tanto tempo para chegar à bombas, enquanto os aumentos são vapt-vupt.
Desde esta quarta-feira, 16 de agosto, a gasolina sai das refinarias com reajuste de 16,2%. Agora custa R$ 2,93 por litro. O diesel, produto que anda escasso no mundo, passou para R$ 3,80 por litro, alta de 25,8%. O aumento reduz a defasagem em relação ao mercado internacional e também o risco de faltar combustível no país, diz a estatal.
Os aumentos representam R$ 0,41 a mais no preço do litro da gasolina e R$ 0,78 no do diesel. O preço do etanol vem despencando semanalmente nas usinas paulistas e não é administrado pela Petrobras, mas deve acompanhar a correção da gasolina para não gerar uma super demanda que pode comprometer o abastecimento.
As usinas não estão dispostas a reduzir a produção de açúcar, uma das principais commodities de exportação, paga em dólar, para direcionar a produção ao álcool combustível. Nesta quarta-feira, postos de Ribeirão Preto já cobravam entre R$ 5,55 e R$ 5,89 pela gasolina, com média entre R$ 5,67 e R$ 5,79.
O litro do diesel pode ser encontrado entre R$ 5,57 e R$ 6,19, com média entre R$ 5,67 e R$ 5,79. Os postos de Ribeirão Preto cobram de R$ 3,65 a R$ 3,89 pelo etanol, com média entre R$ 3,77 e R$ 3,79, dependendo do revendedor – bandeirado ou sem-bandeira. Ontem havia locais onde o etanol custava R$ 3,43, a gasolina R$ 5,13 e o diesel R$ 5,39.
Segundo a projeção do Núcleo Postos Ribeirão Preto, grupo setorial que reúne 85 revendedores da cidade, o reajuste médio dos postos para o consumidor final seria de R$ 0,30 por litro de gasolina e de R$ 0,69 por litro de diesel, em toda a região. Esses valores levam em consideração uma proporção de 27% de etanol misturado à gasolina e de 12% de biodiesel misturado ao diesel.
Em maio a Petrobras anunciou a mudança de sua política de formação de preços que passou a ser independente das oscilações do mercado internacional. “No entanto, os preços do mercado internacional aumentaram nas últimas semanas e isso acabou gerando grande pressão sobre a Petrobras que foi obrigada a aplicar esse forte reajuste de uma só vez”, diz Fernando Roca, presidente do núcleo.
Segundo a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor é, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba. No ano, segundo a empresa, a variação acumulada do preço de venda de gasolina para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,15 por litro.
Para o diesel, a Petrobras aumentou em R$ 0,78 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passou a ser de R$ 3,80 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.
No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,69 por litro. Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda, destacou a estatal em nota.
Usinas
Após duas semanas de alta, de 0,51% e 1,07%, o preço do álcool combustível voltou a cair nas usinas paulistas na sexta-feira, 11 de agosto. Em julho, havia registrado três quedas seguidas – de 4,19%, 11,65% e 2,30%, respectivamente.
O valor do hidratado está abaixo de R$ 2,10, mas “encostou” nos R$ 3,90 no final de 2021. Passou de R$ 2,1297 para R$ 2,0794, o valor mais baixo desde janeiro de 2021. O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – registrou a sexta retração consecutiva. Caiu mais 2,40% depois de desmoronar 3,70%, 1,73%, 3,37%, 6,13% e 0,68%, respectivamente.
Fechou a semana abaixo de R$ 2,50. Passou de R$ 2,5259 para R$ 2,4654. Os dados foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
VALORES MÉDIOS: RIBEIRÃO PRETO
Gasolina R$ 5,41
Gasolina aditivada R$ 5,68
Etanol R$ 3,55
Diesel R$ 4,90
Diesel S10 R$ 4,94
Período: de 5 a 12 de agosto
Fonte: ANP
Pesquisa da ANP antes do reajuste
O levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 6 e 12 de agosto, constatou que o preço do etanol ficou estável e os da gasolina e do litro do óleo diesel haviam recuado na semana passada em Ribeirão Preto. O álcool está bem abaixo do valor cobrado no início de julho.
Depois de chegar a R$ 3,64 no dia 1º de julho, a média para o litro do álcool hidratado no sábado (12) era de R$ 3,55 (mínimo de R$ 3,25 e máximo de R$ 3,89), ante R$ 3,56 (piso de R$ 3,25 e teto de R$ 3,89) do dia 5, recuo de 0,28% e desconto de R$ 0,01. Chegou a custar R$ 5,199 em 13 de novembro de 2021 – o maior valor da história da pesquisa.
O litro da gasolina em Ribeirão Preto, que custava R$ 5,32 no dia 1º de julho, segundo a ANP, agora sai, em média, por R$ 5,41 (mínimo de R$ 4,99 e máximo de R$ 5,89) nos postos da cidade, queda de 0,73% e desconto de R$ 1,10 em comparação com os R$ 5,47 (piso de R$ 4,99 e teto de R$ 5,89) do dia 5 de agosto.
A paridade entre o etanol e a gasolina estaca em 65,68%, abaixo do limite – atingiu 80,5% no final de 2021. Voltou a ser vantajoso abastecer com álcool porque esta relação não supera 70%. A gasolina aditivada custava R$ 5,68 (mínimo de R$ 5,15 e máximo de R$ 6,07).
O litro do óleo diesel S-10 saía por R$ 4,94 (piso de R$ 4,36 e teto de R$ 5,49). O preço médio do litro do diesel recuou de R$ 4,93 (mínimo de R$ 4,54 e máximo de R$ 5,29) para R$ 4,90 (piso de R$ 4,69 e teto de R$ 5,09), queda de 0,61% e desconto de R$ 0,03.