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Agosto, mês do desgosto?

Era em agosto que os portugueses iam às praias do Tejo, em Lisboa, se despedir dos navegantes que enfrentariam o mar oceano. Os bravos marinheiros deixavam noivas que inter­rompiam a lua de mel ou famílias que muito possivelmente não mais veriam. Mas, não desistiam da aventura de desbravar novos mundos e restava aos que ficavam chorar antecipada­mente a ausência.

Por isso, agosto era chamado de o mês do desgosto.

Agosto é também mês do cachorro louco, porque as fêmeas entram em cio e são disputadas por machos alvoroçados, que brigam entre si. Mordidas e ferimentos são caminho de entrada da raiva, esta terrível doença canina, que proliferava quando não existiam as atuais campanhas de vacinação.

Desde o início dos tempos, quando a constelação de Leão aparecia nos céus do hemisfério norte, em agosto, na forma de um grande e ameaçador dragão, que os povos temiam a chega­da do mês, pois entendiam que o monstro ameaçava a todos do alto dos céus.

Na história brasileira, agosto traz vários momentos de ten­são política: em 1954, depois de feroz campanha movida pelo governador Carlos de Lacerda, do Rio de Janeiro, o presidente Getúlio Vargas suicida no Palácio do Catete, pondo fim a seu reinado político. Em 1961, depois de estrondosa vitória e um governo cheio de novidades e restrições, o presidente Jânio Quadros renuncia, lançando o país em convulsões.

Em 1976, morre o presidente Juscelino Kubitscheck, cons­trutor de Brasília, em acidente rodoviário até hoje cercado de dúvidas. Mais recentemente, em 2014, acidente de avião mata e retira da corrida presidencial o governador Eduardo Campos. E foi também em agosto que a presidente Dilma Rousseff é apeada do poder por impeachment, votado pelo Congresso Nacional.

Até hoje, teme-se quando chega a sexta-feira 13 de agosto. Data aziaga, mesmo para os que não creem em superstições. Afinal, “no creo em brujerias, pero que lashay, lashay”.

Mas, seria agosto um mês marcado pelas desgraças e en­frentado porque não se pode evitá-lo?
Na realidade, agosto é um mês como os outros, simpático e merecedor de nossa simpatia.

Meu pai, João Palma Guião, dizia que agosto era o grande jardineiro da natureza, pois, com seus ventos, derrubava as folhas secas das árvores, preparando-as para as novas folhas e flores da primavera. E, também, o grande fertilizador, pois as folhas caídas entram em decomposição, adubando a terra.

É um período que nos aproxima da mudança de estação, preparando-nos para a primavera.
Agosto tem o Dia dos Pais, evento que faz lembrar a impor­tância que nós temos para nossos descendentes, momento de comemorar quem nos encaminhou no mundo.

Neste mês, comemora-se a Semana Mundial do Aleitamen­to Materno, movimento que incentiva as mães a dar seu leite aos recém-nascidos, forma de introduzi-los sadiamente na vida, pelo que o mês é considerado o Agosto Dourado.

Neste agosto de 2023 teremos dois fenômenos belíssimos com a Lua, nosso satélite natural: a lua cheia será visível duas vezes durante o mês, a super lua, nos primeiros dias do mês, enorme nos céus por estar mais próxima da Terra e a superlua azul, no seu final, fenômeno que se repetirá somente em 2032.

Além de todos os indicadores simpáticos do mês que se desenrola, é em agosto que comemoramos o aniversário de minha única filha, momento de alegria que nada lembra as superstições que mancham o mês.

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