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Mercado eleva para 2,29% projeção do crescimento da economia em 2023

© Marcello Casal JrAgência Brasil

A previsão do mercado financeiro para o crescimen­to da economia brasileira este ano subiu de 2,26% para 2,29%. A estimativa está no boletim Focus desta segunda­-feira (14), pesquisa divulga­da semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a ex­pectativa para o Produto In­terno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,3%. Em 2025 e 2026, o mer­cado financeiro projeta ex­pansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Já a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA) – con­siderada a inflação oficial do país – também foi mantida em 4,84% neste ano, a mesma da semana passada. Para 2024, a estimativa de inflação passou de 3,88% para 3,86%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perse­guida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tole­rância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 tam­bém está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do interva­lo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em julho, influenciado pelo aumento da gasolina, o IPCA foi de 0,12%, segundo o Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa ficou acima das observadas no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022 (-0,68%). Com o resulta­do, a inflação oficial acumula 2,99% no ano. Em 12 meses, a inflação é de 3,99%, acima dos 3,16% acumulados até junho.

Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Mone­tária (Copom). Diante da forte queda da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, neste mês, um ciclo de redução da Selic.

A última vez em que o BC tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econô­mica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos pre­ços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, mante­ve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a esti­mativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.

Quando o Copom aumen­ta a taxa básica de juros, a fi­nalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consi­deram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e des­pesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas tam­bém podem dificultar a expan­são da economia.

Quando o Copom dimi­nui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao con­sumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Por fim, a previsão do mer­cado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,93 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a mo­eda americana fique em R$ 5.

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