Por: Adalberto Luque
Uma mulher de 27 anos morreu, na madrugada desta segunda-feira (14), na Avenida Independência, Alto da Boa Vista, zona Sul de Ribeirão Preto, vítima de bala perdida. A mulher estava no canteiro central da via quando tudo ocorreu.
Segundo informações da Polícia Militar, Júlia Ferraz Signoreto teria saído de um bar próximo e se dirigia na companhia de um amigo até um food truck de cachorro quente do outro lado da avenida. No momento em que os dois atravessavam a Avenida Independência, próximo das 03h00, dois homens em uma moto pararam ao lado de uma outra moto conduzida por outro homem, poucos metros antes da vítima.
O homem sozinho na moto é um policial militar de 34 anos. Ele estava de folga e à paisana. Em seu depoimento na delegacia, disse que os dois na outra moto perguntaram se ele tinha seguro do veículo e anunciaram o assalto. O PM, então, teria sacado sua arma e atirado contra os dois, que também estariam armados. Na fuga ele conseguiu ferir os dois ocupantes da moto.
Quando passaram próximo de Júlia, ela teria sido atingida por um tiro e caiu, morrendo pouco depois. Na fuga, um dos homens, de 18 anos, procurou socorro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, no Simioni. A PM foi acionada. Ele foi medicado e levado pelos PMs para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), no Centro da cidade, onde foi interrogado.
O outro, de 26 anos, buscou atendimento na Santa Casa e passaria por cirurgia. Ele também foi interrogado. Os dois não sofreram ferimentos graves.
Negam assalto
Os advogados dos homens que supostamente teriam tentado roubar a moto do PM, negaram que isso tivesse ocorrido. O defensor do homem de 18 anos disse à imprensa que eles teriam pedido uma informação, mas que talvez o outro motociclista tenha sacado a arma acreditando se tratar de um assalto. Ele disse que o rapaz é réu primário, nunca teve qualquer problema com a Polícia.
O outro rapaz, de 26 anos, teria dito que houve uma discussão de trânsito e que os dois quiseram intimidar o homem sozinho na moto, quando tudo ocorreu. Seu advogado também garantiu aos jornalistas que ele não tem passagens anteriores, é réu primário. Os dois advogados afirmaram que seus clientes não estavam armados e não houve tentativa de assalto.
A perícia novamente foi acionada e os envolvidos passaram por exames residuográficos. Imagens de câmeras de segurança também foram analisadas. A delegada de plantão registrou o caso como homicídio consumado e dupla tentativa de homicídio. Ela determinou a prisão preventiva do PM. Ele deve ser levado para o Presídio Romão Gomes, na Capital.
Ainda não há informações sobre a arma que efetuou o disparo responsável pela morte de Júlia. A jovem trabalhava como gerente de loja, tinha 27 anos e era mãe de duas meninas. As investigações prosseguem.
(Matéria atualizada às 17h47)