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Pesquisa concorre a prêmio de R$ 2,6 mi

GUILHERME SIRCILIJPG

A pesquisa com o uso de cé­lulas CAR-T no combate a lin­fomas e leucemias pode receber incentivo de R$ 2,6 milhões para uso no estudo clínico e compra de insumos, caso ven­ça o 2º Prêmio Euro Inovação na Saúde. O estudo foi um dos doze aprovados para a fase fi­nal, numa disputa com outros 850 trabalhos de 16 países da América Latina. O Hemocen­tro de Ribeirão Preto participa.

A pesquisa com maior volume de votos receberá o equivalente a 500 mil euros e as outras onze, a 50 mil euros. “Esse prêmio ajudaria a conti­nuidade da pesquisa, o estudo clínico, a aquisição de insumos e nosso objetivo de incorpo­rar o tratamento ao SUS, be­neficiando mais brasileiros”, explica o coordenador do He­mocentro de Ribeirão Preto, Diego Villa Clé.

De acordo com ele, “a pes­quisa no combate ao câncer com células CAR-T já tratou 15 pa­cientes com linfoma e leucemia (LLA) refratários, os resultados são muito superiores às tera­pias convencionais”. A votação é apenas para médicos e médicas. Para votar basta entrar no site premioeuro.com, preencher os dados e escolher o número 621 e a pesquisa de combate a leu­cemias e linfomas receberá esse apoio financeiro.

A evolução foi celebrada por pesquisadores e por pacientes que participam de estudo com a terapia CAR-T Cell desenvol­vido pelas Faculdades de Medi­cina de São Paulo e de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Hemocentro ribeirão-preta­no e o Instituto Butantan.

Essa nova terapia usa células de defesa do próprio corpo, mo­dificadas em laboratório, para atacar linfomas e leucemia. Os testes com este novo modelo continuam. A utilização da tera­pia no Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo estudada. O paciente beneficiado é o escritor e publicitário Paulo Peregrino, de 61 anos, que foi foi diagnosti­cado com seu primeiro linfoma de Hodgkin em 2018.

Um dos tipos mais promis­sores de tratamento contra o câncer, a terapia com células CAR-T consiste na retirada de linfócitos do próprio paciente, modificação genética dessas células e reinserção delas no corpo do doente para atuarem no reconhecimento e no com­bate do tumor.

No total, nove pacientes tive­ram remissão completa. Com­parando a imagem de exames pré e pós tratamento, é possível ver a remissão dos linfomas no corpo do paciente. O primeiro produto de CAR-T Cell lança­do no Brasil ficou disponível em novembro de 2022, assim como dois estudos clínicos pioneiros em instituições brasileiras, entre eles o da USP.

O tratamento é indicado para pacientes adultos com lin­foma difuso de grandes células B que não responderam a duas ou mais linhas de tratamento ou que voltaram a manifestar a doença após as terapias padrão. Também pode ser usado em crianças e jovens até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda de células B que não responderam ao tratamento padrão, inclusive ao transplante de medula óssea.

Em 2019, o servidor públi­co aposentado Vamberto Luiz de Castro, de 62 anos, lutava contra um linfoma quando buscou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Em um qua­dro terminal, aceitou participar do tratamento experimental de células CAR-T pela USP. Foi o primeiro da América Latina a passar pelo tratamento. Menos de 20 dias depois, apresentou remissão da doença.

O desfecho do caso não pôde ser acompanhado porque o homem morreu em um aci­dente doméstico. A tecnologia chamada CAR-T Cell (sigla para receptor quimérico de antíge­no, em português) é um tipo de imunoterapia. Ela utiliza linfó­citos T, células do sistema imu­nológico do organismo. O trata­mento consiste em retirar, isolar e reprogramar os linfócitos T para conseguirem identificar cé­lulas do câncer.

Em 28 de julho do ano pas­sado, o então governador Ro­drigo Garcia (PSDB) esteve no Hemocentro de Ribeirão Preto para inaugurar o Centro de Te­rapia Avançada (Nutera), parte do maior programa de trata­mento avançado para o câncer da América Latina.

A terapia celular inovadora já se mostrou altamente eficaz no tratamento de alguns tipos de câncer de sangue, como lin­foma e leucemia linfoide aguda. No Brasil, o estudo vem sendo desenvolvido em parceria entre Instituto Butantan, Universida­de de São Paulo (USP) e Hemo­centro de Ribeirão Preto.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribei­rão Preto (HC-FMRP/USP) re­ceberia R$ 43 milhões para inves­timento em ações de tratamento e combate ao câncer. Porém, o valor total investido no Nutera chega a mais de R$ 200 milhões. O centro ainda não começou a operar porque depende de auto­rização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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