Ribeirão Preto registrou mais 130 casos de dengue em uma semana, superou 11.300 e atingiu 11.320 entre 1º de janeiro e quarta-feira, 2 de agosto, 51,3% acima das 7.482 ocorrências de todo o ano passado. São 3.838 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikungunya – a mais.
A cidade já enfrenta nova epidemia, mas com a chegada do inverno e do clima seco, houve desaceleração na cidade. Já são oito mortes em decorrência da doença em 2023, três em março, duas em abril, duas em maio e uma em junho. A média em 2023 é de 53 por dia, um a cada 27 minutos. Ainda há 20.146 casos em investigação.
Ribeirão Preto fechou 2022 com 20 ocorrências diárias, em média. O volume de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono, mas os dias de inverno têm sido secos. Somado à falta de atenção e cuidado da população, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Fechou julho com 82 casos, contra 735 de junho, 653 a menos que os 856 do mesmo mês do ano passado, queda de 88,84%. Na comparação interanual, a tendência também é de baixa. São 150 a menos que os 232 do sétimo mês do ano passado, recuo de 64,66%. Encerrou maio com 2.907. Abril soma 3.829 registros. Em julho são 69 ocorrências. Não há ocorrências em agosto.
O município teve 397 em janeiro, 887 em fevereiro e 2.483 em março. O número de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.482 vítimas do mosquito Aedes aegypti, contra 360 de 2021. São 7.122 a mais em 2022 e alta de 1.978%. Os números mudam toda semana.
Alerta – O aumento de casos da doença acende o sinal de alerta na cidade. Em 2021, o número de casos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos.
Faixa etária – A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue havia sido há três anos, na primeira metade de 2020, a sexta em pouco mais de uma década. Na época, a média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.
Neste ano, das 11.320 vítimas, 4.099 pessoas têm entre 20 e 39, outras 2.798 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 1.873 estão entre 10 e 19 anos, 1.317 têm mais 60 anos, 890 são crianças de 5 a 9 anos, 294 têm entre 1 e 4 anos e 49 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.771 casos na Zona Leste, 2.773 na Oeste, 1.806 na Norte, 1.680 na Sul e 1.287 na Central, além de três sem identificação de distrito.
Chikungunya – Em 14 anos, Ribeirão Preto já registrou 160.152 casos de dengue. Em 2021, teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, quatro importados. Neste ano são 63 casos, doze importados.
Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas da cidade. A prefeitura tem realizado vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a população tem de colaborar.
A Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde tem visitado móveis e realizado mutirões em todas as regiões da cidade, orientando moradores sobre o risco de deixar a céu aberto recipientes que possam acumular água e servir de criadouro do Aedes Aegypti, além de recolher material inservível. Porém, para acabar com a dengue a população tem que colaborar. Toneladas de material foram recolhidas.