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Governo vai fechar clube de tiro ilegal

© Reuters/Diego Vara/Direitos Reservados

Natália Santos (AE)

Nesta quarta-feira, 26 de julho, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que clubes de tiro serão fechados caso não sigam os novos direciona­mentos apresentados pelo governo. Na última sexta-fei­ra (21) o presidente Luiz Iná­cio Lula da Silva (PT) assinou um conjunto de decretos que tornam mais rígido o contro­le de armas de fogo no país.

O ministro ainda defendeu uma maior fiscalização do co­mércio de armas que, segun­do ele, são frequentemente desviadas para organizações criminosas. Dino também rebateu críticas da oposição aos decretos. “Existe liberdade para matar? Existe liberdade para fraudar, para desviar a arma para quadrilha? Não. Que liberdade é essa?”, dis­se durante o programa “Bom dia, ministro”, transmitido pelo CanalGov, do governo federal no YouTube.

“Nós estamos preocupa­dos com essa situação dos clu­bes de tiro que não cumprem a lei. O presidente deu essa diretriz e nós vamos cumprir para intensificar a fiscalização nos clubes de tiro. Aqueles que não cumprem a lei, obvia­mente, serão fechados”, afir­mou . “Vamos regulamentar e fiscalizar e, com isso, nós sa­bemos que, progressivamente, vamos afastar do mercado os maus profissionais.”

O novo decreto de ar­mas do governo define que os clubes de tiro desportivo não poderão se instalar num raio de até um quilômetro de instituições de ensino, públi­cas ou particulares, e deverão respeitar condições de uso e armazenamento das armas. O texto ainda prevê um horá­rio de funcionamento restrito para esses estabelecimentos: das seis às 22 horas. Ante­riormente, não havia crité­rios expressos sobre restrição de lugar ou horário de fun­cionamento.

O texto publicado com as novas diretrizes sobre o tema também reduz o limite de ar­mas a que podem ter acesso caçadores, atiradores esporti­vos e colecionadores (CACs), além de restringir o uso de al­guns calibres. O ministro tam­bém defendeu o controle de armas como uma medida de frear o avanço de organizações criminosas.

“Infelizmente, na ausência de fiscalização, por trás de ati­vidades legais, se implantaram atividades ilegais, criminosas, desviando armas, vendendo armas para as quadrilhas”, dis­se. “Onde essas facções conse­guem as suas armas? Elas vão na loja e compram? Não! Tem contrabando nas fronteiras, nos portos, mas também tem esse desvio de gente que diz que compra arma porque é caçador e, na verdade, aluga a arma para facção.”

Projetos
Senadores da oposição apresentaram dois projetos para sustar integralmente os efeitos do novo decreto sobre armas. Uma das propostas, de autoria de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outros nove parla­mentares, argumenta que a norma avançou na alçada le­gislativa do Congresso ao criar atribuições e alterar competên­cias estabelecidas.

O autor do outro projeto, senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), afirmou que o de­creto “viola a Constituição em vários pontos, excede o poder regulamentar do Executivo e impede o exercício de direitos previstos no próprio Estatuto do Desarmamento”. No sába­do, 53 deputados apresenta­ram à Câmara um projeto para sustar os efeitos da norma.

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