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Caso Joaquim terá júri único

A desembargadora Ana Zo­mer, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), determinou que a psicóloga Natália Min­goni Ponte, mãe do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, supostamente assassina­do pelo padrasto em novembro de 2013, seja julgada na mesma sessão do júri de seu ex-compa­nheiro, o técnico em informáti­ca Guilherme Raymo Longo.

O TJSP já havia confirma­do a decisão da juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra Zara, da 2ª Vara do Júri e das Exe­cuções Criminais de Ribeirão Preto, indicando o início do júri popular para 16 de outu­bro, uma segunda-feira, às dez horas, no Salão do Júri do Fó­rum Estadual de Justiça.

A decisão do Tribunal de Justiça atende ao pedido feito pelo advogado Antônio Carlos de Oliveira, que atua na defesa de Guilherme Longo. Ele diz que, segundo o Código penal, duas ou mais pessoas acusadas de um mesmo crime devem ser julgadas no mesmo processo.

A juíza Isabel Cristina Alon­so Bezerra Zara havia marcado somente o júri popular do pa­drasto porque os processos en­volvendo as acusações contra o casal tinham sido desmembra­dos em 2019. A relatora Ana Zomer reuniu as ações por entender que as duas estão em fase de preparação para julga­mento em plenário e porque o rol de testemunhas apresentado por acusação e defesa nos dois processos é similar.

A magistrada também con­siderou os custos ao sistema judiciário, já que o julgamento pode durar seis dias. Antônio Carlos de Oliveira também re­quisitou a revogação da prisão preventiva do réu para que fos­se dada publicidade ao julga­mento, inclusive com transmis­são em tempo real pela internet, mas a desembargadora negou ambos os pedidos. Primeiro, porque Longo fugiu para a Eu­ropa quando foi beneficiado com habeas corpus.

Depois, porque o caso tra­mita em segredo de Justiça, pelo fato de a vítima ser uma criança. O TJSP confirmou a decisão da juíza Isabel Cristina Alonso Be­zerra Zara, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, indicando o iní­cio do júri popular para 16 de outubro, uma segunda-feira, às dez horas, no Salão do Júri do Fórum Estadual de Justiça.

Apesar da unificação, o cro­nograma do julgamento ainda não sofreu alterações, mas de­verão ser incluídas testemunhas de Natália Ponte. O advogado dela, Nathan Castelo Branco, anda não se manifestou. Por enquanto, segundo o Tribunal de Justiça, nos primeiros dias de julgamento, serão ouvidas as testemunhas de acusação, in­clusive o pai biológico do meni­no, Artur Paes Marques.

As testemunhas de defesa devem ser ouvidas em 20 de outubro. Quem não residir em Ribeirão Preto poderá ser interrogado por videoconfe­rência. O padrasto da vítima deverá ser ouvido no dia 21 de outubro, durante o interroga­tório feito pela defesa e acusa­ção. Na semana entre 23 e 27 de outubro, estão previstos os debates, réplicas e tréplicas e a divulgação da sentença.

Sete jurados serão sorteados entre 25 pessoas selecionadas. São cidadãos comuns, traba­lhadores de várias áreas. Na semana do julgamento, os sete escolhidos ficarão isolados em um hotel da cidade, incomuni­cáveis e sob proteção policial.

Longo é acusado de homicí­dio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e recur­so que impossibilitou defesa, além de ocultação de cadáver. O promotor Marcus Túlio Ni­colino pede pena superior a 30 anos para o padrasto. A mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Ponte, responde em liberdade. A pena dela deve ser inferior, em caso de condenação.

Natália Ponte responde por homicídio doloso, cometido quando há a intenção de matar, e não mais culposo. Porém, o dolo da psicóloga teria sido a omissão em relação ao filho, já que ela teria conhecimento de que o padrasto de Joaquim se­ria perigoso.

Segundo decisão da juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra Zara, o caso de “evidente com­plexidade” deve demandar em torno de duas semanas para ser julgado em Ribeirão Preto e prevê a participação de 31 pessoas a serem ouvidas. Po­rém, este número deve aumen­tar com a unificação do júri.

Por correr em segredo de Justiça, o acesso ao plenário será permitido somente aos pa­rentes do réu e da vítima, além da juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra Zara, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, do promo­tor Marcus Túlio Nicolino, dos advogados de defesa, sete sorteados entre os 25 jurados a serem convocados, dois escre­ventes e dois oficiais de Justiça.

O assassinato do menino Joaquim Ponte Marques
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi considerado desaparecido em 5 de novembro de 2013, quando não foi encontrado em seu quarto, na casa onde morava com a família, no Jardim Independência, Zona Norte de Ribeirão Preto. A procura pelo menino mobilizou a cidade, na ocasião. Depois de cinco dias de busca, seu corpo foi encontrado boiando nas águas do Rio Pardo, na cidade de Barretos, a 130 quilô­metros de Ribeirão Preto.

Durante as investigações, os policiais civis e peritos concluíram que Joaquim teria recebido uma dose excessiva de insulina, medicamen­to que utilizava por ser portador de diabetes. Guihermne Longo foi considerado o responsável pela aplicação da dosagem. O padrasto também foi acusado de ter jogado o corpo do garoto em um córrego próximo à residência onde moravam.

O córrego deságua no Rio Pardo, onde o corpo de Joaquim foi localiza­do dias depois. Na ocasião, padrasto e mãe foram presos pelo crime. Tempos depois a defesa de Natália Ponte conseguiu que ela respon­desse em liberdade. Longo obteve liberdade provisória anos depois e fugiu para a Espanha, utilizando o passaporte de um parente.

Ele foi preso em 27 de abril de 2017 em Barcelona por agentes da Polícia Internacional (Interpol) e da Polícia Federal do Brasil. Desde 2018 ele está preso na Penitenciária Masculina de Tremembé. A defesa de Longo conseguiu vários adiamentos e tentou levar o júri para outra cidade, sob a alegação de que o julgamento não poderia ocorrer em Ribeirão Preto por conta da comoção social, o que pode­ria interferir na imparcialidade dos jurados.

Em dezembro do ano passado, o ministro Joel Ilan Paciornik, da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou habeas corpus para que o júri de Guilherme Longo fosse realizado fora de Ribeirão Preto. Se for considerado culpado, o padrasto pode pegar pena superior a 30 anos de reclusão.

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