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As pequenas gigantes do Brasil e do mundo

Conforme estimativa contida em recente relatório das Na­ções Unidas, a economia mundial precisará criar 600 milhões de postos de trabalho até 2030 para absorver o crescimento do contingente de recursos humanos em todo o planeta. No enfrentamento desse desafio, determinante para ampliar a inclusão social e reduzir os índices de miséria, as micro, pequenas e médias empresas são um fator-chave, pois geram expressivo volume de empregos.

Ainda segundo a ONU, 70% das vagas formais estão atualmente nessas organizações. No Brasil, o índice é supe­rior a 80%. Uma das grandes dificuldades enfrentadas por essas firmas refere-se ao financiamento, principalmente em nações menos desenvolvidas, nas quais 41% delas relatam barreiras quanto ao crédito. É exatamente o que ocorre em nosso país.

A situação não é diferente no âmbito da indústria paulista. Dados tabulados pela CNI sobre o perfil da atividade em to­dos os estados mostram que há 125.232 empresas do setor em São Paulo, das quais 66% são micro (até nove colaboradores), 26,1% são pequenas (de 10 a 49), 6,4% são médias (de 50 a 249) e 1,5% é grande (mais de 250 funcionários). Assim, todo esforço é necessário para seu fomento, conforme defendemos no documento Diretrizes Prioritárias Governo Federal 2023- 2026, no qual a FIESP e o CIESP, entidades irmãs, formulam as bases de uma política industrial para o Brasil. Um dos itens é o desenvolvimento produtivo e tecnológico de fornecedores e startups e criação de instrumentos de apoio e fortalecimen­to das médias, pequenas e micro.

Mais do que reivindicar e propor medidas, estamos reali­zando ações efetivas, como o seminário que as duas entidades acabam de realizar junto com o Banco Nacional de Desen­volvimento Econômico e Social (BNDES), com o propósito de discutir as diretrizes e estratégias de financiamento para o desenvolvimento produtivo, a inovação e o acesso das pequenas e médias indústrias. Também firmamos convênio para estreitar a cooperação. Uma das prioridades refere-se às linhas de empréstimos e à realização de rodadas de crédito exclusivas para o segmento.

Em outra frente para o fortalecimento das micro e peque­nas indústrias, estamos realizando a Jornada de Transforma­ção Digital, maior programa do gênero no País. Mais de 10 mil empresas já estão participando. As que têm faturamento anual de até R$ 8 milhões recebem, gratuitamente, consul­torias e treinamentos do Senai-SP e Sebrae-SP, importantes parceiros. O projeto, como já demonstrado na prática nas organizações aderentes, aumenta a produtividade em até 40%.

Além da geração de empregos em larga escala e de sua importância para o crescimento da economia, essas pequenas gigantes da indústria e de todos os setores abrem oportuni­dades para o empreendedorismo das mulheres e dos jovens. São cada vez mais fundamentais, portanto, para responder às transformações do Brasil e do mundo, bem como contribuir para a inclusão, diversidade e construção de uma sociedade mais próspera, pluralista e democrática.

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