Jovem cumpriu pena sem dever
Na vizinha Batatais havia uma Febem que era exemplo. Dirigida pelo professor Ernani Parente, possuía casas em que famílias abrigavam os menores, principalmente carentes, e os educava junto com seus filhos com laborterapia. Nos carnavais da comunidade sempre a Febem despontava pela disciplina e força dos jovens ganhando por diversas vezes o prêmio de melhor no desfile do Reinado de Momo. No futebol, os jovens eram exemplos e pouca indisciplina era registrada. Quando o Governador Laudo Natel visitava a região, e o fazia regularmente, vinha para a Febem de Batatais, onde se hospedava. Eram outros e saudosos tempos. Muitos jovens que foram educados naquele local saíram e se reintegraram na sociedade, com profissões diversas. E venciam. Ribeirão Preto possui diversos ex-alunos daquela entidade de apoio.
Crime na Febem
Certa feita, um guarda funcionário daquela entidade foi encontrado morto pela manhã, com requintes de crueldades. Toda a polícia saiu a campo para desvendar o caso e prenderam um rapaz que havia sido visto perambulando pelos campos da escola. Ele negava a sua participação no crime do guarda, mas as evidências direcionavam pela sua culpabilidade. Por “livre e espontânea coação” ele confessou depois de amargar todo o tipo do sofrimento possível e inimaginável. Eram outros tempos.
Anos no cárcere
O jovem passou vários anos no cárcere quando algumas evidências começaram a ser detectadas no trabalho da Febem da vizinha cidade a ponto de se chegar a um colega do falecido como sendo autor do homicídio. Com a ajuda de um experiente advogado de Batatais conseguiu-se facilmente provar que o preso era inocente. O guarda, colega do falecido, confessou que havia sido ele e não o jovem o autor do crime da Febem. O injustiçado foi solto e houve quem dissesse que ele iria procurar se ressarcir dos prejuízos e do tempo que ficou recluso. Difícil de se apagar da memória e do seu corpo o que passou. Segundo ele, “não há dinheiro que pague”.