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O retiro espiritual anual dos padres!

De 17 a 21 de julho, no Seminário Santo Antônio, Alto da Serra, em São Pedro (SP), os Padres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, juntamente com o Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, se encontram em Retiro Espiritual. O pre­gador é o Padre José Rafael Solano Dúran, Pároco da Catedral Metropolitana Sagrado Coração de Jesus de Londrina (PR).

O Retiro Espiritual Anual dos Padres é um dos eventos mais fortes e marcantes na vida da Igreja particular. São dias de recolhimento, deserto, reflexão e revisão da vida espiritual dos Padres que, em torno de seu Arcebispo, avaliam sua vida ministerial e buscam novo ânimo e novas perspectivas para o ministério pastoral. Ser cada vez mais pastor configurado com Cristo, o Bom Pastor!

Vivemos tempos em que se exige muito dos padres. Os avanços tecnológicos tomam demasiado tempo deles e se es­pera por respostas imediatas. Daí correr o risco de os padres serem engolidos pelo ativismo, por tarefas intermináveis, exi­gências pastorais que se avolumam, mas nem sempre se apro­fundam. Os dias de retiro sugerem que os padres descansem, desliguem seus aparelhos e se distanciem, fisicamente, de suas Comunidades. Já as Comunidades confiadas aos Padres têm a obrigação de rezarem pelo êxito do retiro espiritual de todos os Padres e do Arcebispo da Arquidiocese.

Ao longo dos meus trinta e três anos e meio de ministério preguei 92 retiros espirituais. Neste mês de agosto pregarei o 93º. Poderia dar-me por satisfeito. Não basta pregar retiros. Chega o momento em que também o pregador sente a sede de abastecer-se, desde os porões de sua intimidade, da com­panhia mais profunda de Jesus Cristo, que não poucas vezes fazia seus próprios retiros: algumas vezes sozinho, outras vezes com os seus discípulos.

Para que o retiro alcance seus objetivos, de renovar a espi­ritualidade presbiteral de cada padre, não bastam um mag­nífico pregador, nem um tema promissor. O retiro é pessoal. Será o coração de cada padre que acolherá, a seu modo, tudo o que lhe é proposto durante o retiro: o ambiente afastado dos afazeres hodiernos, as pregações e celebrações geralmente muito bem preparadas e criativas, só terão ressonância, se os ouvidos dos padres forem dóceis ao essencial no retiro espiritual: a voz de Deus, o apelo de Jesus Cristo e a ação do Espírito Santo na vida de cada um.

Não por último, o retiro proporciona aos padres de um mesmo Presbitério com seu Arcebispo, momentos fortes de encontro, perdão, superação de diferenças, reconciliação e a renovação de grande fraternidade sacerdotal e caridade pastoral. O retiro tem o objetivo de libertar os padres das relações mal resolvidas, como a inveja clerical, a busca de prestígio, a ganância por cargos e poder sobre os outros. Convidados a despirem-se de quaisquer pretensões, o retiro espiritual robustece os padres em sua missão na Igreja para o mundo, dependendo sobremaneira da intensa oração das Comunidades que merecem padres cada dia mais santos: va­zios de si próprios e encharcados dos dons do Espírito Santo. Rezemos uns pelos outros!

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