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Otan rejeita entrada imediata da Ucrânia

VALENTYN OGIRENKO/REUTERS

O presidente ucraniano bem que tentou. Volodymyr Zelensky compareceu pesso­almente na terça-feira, 11 de julho, à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Vilnius, na Lituâ­nia, e disse que seria um “ab­surdo” a aliança não oferecer ao seu país a possibilidade de adesão. No fim, fracassou.

Os líderes dos 31 mem­bros da organização fizeram promessas vagas de aceitar a Ucrânia no futuro, mas não estabeleceram um crono­grama ou condições para a entrada. Frustrado, Zelensky reclamou de desrespeito do presidente americano, Joe Bi­den, e de outros líderes pre­sentes na Lituânia, e disse que “não havia disposição” para aceitar a Ucrânia na Otan.

A pressão não deu resul­tado. No comunicado que encerrou a cúpula, os países­-membros se esforçaram para encontrar o tom certo para di­zer o que estava explícito: o fu­turo da Ucrânia é na Otan, mas um convite só seria formaliza­do quando os ucranianos con­cluíssem reformas democráti­cas e no setor de segurança.

Cautela
“Hoje, viajei com fé nas decisões, nos parceiros, numa Otan forte, que não hesita, que não perde tempo e não dá as costas para nenhum agressor”, disse um resignado Zelensky, após o comunicado da aliança. “Gostaria que esta fé se transformasse em con­fiança.” A adesão da Ucrânia à Otan, no entanto, era im­provável – e certamente Ze­lensky sabia disso.

A principal oposição veio de EUA e Alemanha, que te­miam a reação russa em caso de um convite formal ou de um cronograma de entrada. A Otan foi criada em 1949 como uma aliança defensiva entre os EUA e seus aliados euro­peus. O objetivo era dissuadir o bloco soviético de qualquer ataque militar. Para cumprir a missão, foi fundamental o Ar­tigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, que criou a organização.

Ele determina que um ataque contra um membro será considerado um ataque contra todos, legitimando uma ação coletiva. Assim, se a Ucrânia entrar na organi­zação, enquanto ainda trava uma guerra contra a Rússia, significa o envolvimento di­reto de todos os países da aliança no conflito. Por isso, todo cuidado é pouco.

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