Tribuna Ribeirão
Economia

Junho registra deflação de 0,08%

ARQUIVO/AG.BR.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexa­dor oficial de preços no país – fechou junho com deflação de 0,08%, ante alta de 0,23% em maio, de 0,61% de abril, 0,71% de março, 0,84% de fevereiro e 0,53% de janeiro, após encer­rar 2022 com 0,62% em de­zembro, informou na manhã desta terça-feira, 11 de julho, o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE).

A taxa acumulada pela in­flação no ano ficou em 2,87%, ante 2,95% até maio, de acor­do com o IBGE. O resultado acumulado em doze meses está em 3,16% até junho – o mais baixo desde setembro de 2020, quando estava em 3,14% –, menor que a taxa de 3,94% acumulada no mesmo período até o mês anterior.

A queda de 0,08% registra­da pelo IPCA em junho foi o menor resultado desde setem­bro de 2022, quando houve re­cuo de 0,29%. No mesmo mês do ano passado, havia sido de 0,67%. Considerando apenas meses de junho, é o mais baixo desde 2017, quando houve re­dução de 0,23%.

A meta de inflação para este ano perseguida pelo Ban­co Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabele­cida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Grupos
Quatro dos nove grupos que integram o Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor Amplo registraram quedas de preços em junho. As deflações ocorreram em Transportes (-0,41%, impacto de -0,08 pon­to percentual), Alimentação e bebidas (-0,66%, impacto de -0,14 p.p.), Artigos de residên­cia (-0,42%, impacto de -0,02 p.p.) e Comunicação (-0,14%, impacto de -0,01 p.p.).

As famílias gastaram mais com Saúde e cuidados pessoais (0,11%, impacto de 0,01 ponto percentual), Despesas pessoais (0,36%, impacto de 0,04 p.p.), Educação (0,06%, sem im­pacto), Habitação (0,69%, im­pacto de 0,10 p.p.) e Vestuário (0,35%, impacto de 0,02 ponto percentual).

Habitação
As famílias brasileiras gastaram 0,69% a mais com habitação em junho, uma contribuição de 0,10 ponto percentual para o IPCA. A alta no grupo foi puxada pelo aumento de 1,43% na energia elétrica, uma contribuição de 0,06 ponto. A taxa de água e esgoto subiu 1,69% em junho. Ainda em Habitação, o gás en­canado recuou 0,04%. O preço do gás de botijão caiu 3,82%.

Saúde
Os gastos das famílias com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,93% em maio para uma alta de 0,11% em junho, o equiva­lente a uma contribuição de 0,01 ponto percentual para a taxa de -0,08% do IPCA. O resultado de junho foi influen­ciado pela alta de 0,38% nos preços dos planos de saúde.

Ainda é decorrente do re­ajuste de até 9,63% autoriza­do pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de junho, com vigência a partir de maio de 2023 e cujo ciclo se encerra em abril de 2024. “Desse modo, no IPCA de junho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho”, infor­ma o IBGE.

Serviços
A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um re­cuo de 0,06% em maio para uma alta de 0,62% em junho. Já os preços de itens monito­rados pelo governo saíram de uma elevação de 0,72% em maio para aumento de 0,05% em junho.

No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 6,51% em maio para 6,21% em junho, a menor des­de fevereiro de 2022, quando estava em 5,94%, aponta André Almeida, analista do IBGE. Já a deflação de monitorados em doze meses saiu de -0,90% em maio para -1,32% em junho.

Alimentação e Bebidas
Os preços de Alimenta­ção e bebidas caíram 0,66% em junho, após alta de 0,16% em maio. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,14 ponto percentual para o Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo.

Entre os componentes, a refeição no domicílio teve queda de 1,07%, após ter fi­cado estável no mês anterior. Contribuíram para a queda de 1,07% as baixas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). A ali­mentação fora do domicí­lio subiu 0,46%, ante alta de 0,58% em maio.

Transportes
Os preços de Transportes caíram 0,41% em junho, após queda de 0,57% em maio. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,08 ponto percen­tual para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram queda de 1,85% em junho, após re­cuo de 1,82% no mês anterior. A gasolina caiu 1,14%, após ter registrado queda de 1,93% em maio, enquanto o etanol re­cuou 5,11% nesta leitura, após alta de 0,38% na última.

O óleo diesel (-6,68%) e o gás veicular (-2,77%) também caíram. O recuo de preços no grupo foi motivado por que­da nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos usados (-0,93%). Esse comportamen­to tem a ver com a medida do governo federal para baixar o preço dos carros novos.

Difusão
O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de pre­ços, passou de 56% em maio para 50% em junho, segundo o IBGE. É o menor desde maio de 2020, quando havia ficado em 43%. A difusão de itens alimen­tícios passou de 53% em maio para 46% em junho. Já a de itens não alimentícios saiu de 58% em maio para 52% em junho.

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