Tribuna Ribeirão
Geral

Ifood assina acordo de direitos com MP

ROVENA ROSA/AG.BR.

A empresa de entrega de comida Ifood assinou um compromisso com o Ministé­rio Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) em que se compromete a promover ações em favor dos direitos trabalhistas e do respei­to ao direito de informação da população. O Termo de Ajus­tamento de Conduta (TAC) foi assinado na última sexta-feira, 7 de julho. A assinatura ocorre em decorrência de reportagem da Agência Pública.

A matéria revelou que o Ifood contratou as agências de publicidade Benjamim Comu­nicação e a Promove Serviços de Propaganda e Comunicação (Social QI) para desmobilizar movimento dos entregadores. Os profissionais reivindicavam melhores condições de traba­lho. As agências também assi­naram o TAC. De acordo com a reportagem, as agências con­tratadas criaram perfis falsos e se passavam por entregadores do Ifood para questionar nas redes sociais as reivindicações dos trabalhadores.

O TAC prevê obrigações do Ifood para assegurar a liber­dade sindical e os direitos de greve e de negociação coletiva dos entregadores. “Esses direi­tos são fundamentais, sendo parâmetros mínimos, previs­tos na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos, para que os trabalhadores tenham meios de promover a sua organiza­ção, fomentar a solidariedade entre os membros do grupo e expressar adequadamente a voz coletiva de seus integran­tes”, destaca o procurador do Trabalho Renan Kalil.

“Para que tenham seu di­reito à informação respeitado, os cidadãos precisam saber se é uma empresa que está pos­tando determinado conteúdo na Internet, em qual contexto e para qual finalidade. Isso é especialmente importante para que eles possam formar livre­mente sua opinião sobre assun­tos de relevância pública e, a partir disso, exercer outro direi­to fundamental: a liberdade de expressão, que deve ser isenta de interferências indevidas ou ocultas”, diz o procurador da República Yuri Corrêa da Luz.

O Ifood deverá ainda finan­ciar pesquisas e projetos, no va­lor de R$ 6 milhões, que anali­sem as relações de trabalho com entregadores, o mercado publi­citário e de marketing digital, e a responsabilidade social dos controladores de plataformas. Segundo o TAC, o aplicativo fi­cará proibido de divulgar, pelos próximos seis meses, anúncios, propagandas e campanhas pu­blicitárias sobre supostas medi­das adotadas pela empresa para promoção de direitos funda­mentais e trabalhistas.

“O objetivo é impedir a pu­blicação, no curto prazo, de in­formações que possam se mos­trar inverídicas ou imprecisas sobre a postura da empresa em relação às demandas de interes­se social como as que foram alvo de investigação”, disse o MPF em nota. O Ifood informou que cumprirá os termos do TAC.

“Celebramos o acordo por­que as obrigações assumidas pelo Ifood no TAC estão alinha­das com nossos valores e princí­pios, em especial a promoção de um ambiente de maior transpa­rência nas redes sociais, o respei­to ao direito de manifestação e de associação dos entregadores e o investimento em pesquisas que colaborem com o desen­volvimento sustentável do país”, dizse, em nota, o diretor jurídico da empresa, Lucas Pittioni.

O Ifood destaca, em nota en­viada pela assessoria de impren­sa, “que não cometeu qualquer uma das condutas investigadas”. As agências de publicidade Ben­jamim Comunicação e a Pro­move Serviços de Propaganda e Comunicação (Social QI) foram procuradas, mas ainda não se manifestaram.

Postagens relacionadas

Em greve, trabalhadores dos Correios travam principal centro de distribuição da região

Redação

“A gente está desesperado”, diz filha de paciente com Covid que busca por UTI em Ribeirão Preto

William Teodoro

Confederação Nacional do Comércio pede o fim de cassinos online 

Redação 2

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com